terça-feira, outubro 03, 2006

A centralidade da língua portuguesa
e a inépcia de quem pode mas não quer

Em entrevista à Agência Ecclesia, João Gomes Cravinho, o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do governo português que comparou Savimbi a Hitler, disse que “na nossa presidência da UE (na segunda metade do próximo ano) vamos aproveitá-la para procurar reforçar os laços entre a CPLP e a União Europeia”. Cá estaremos para ver.

Não sei bem porquê (isto é como quem diz) a Agência Ecclesia achou também por bem perguntar a João Cravinho se “não há o perigo da língua de Camões desaparecer nestes países lusófonos?”

A resposta, tão sintética quanto o incómodo da pergunta, foi “não creio, mas em cada país o desafio é diferente. A língua portuguesa assume uma centralidade fundamental”.

Tão fundamentel que se João Gomes Cravingo quiser falar com o assessor de Imprensa do “lusófono” primeiro-ministro de Timor-Leste o terá da fazer em inglês.

Alguém, com noção estratégica de longo prazo já pensou o que significa a CPLP (não a organização que tem esta sigla, mas a comunidade propriamente dita)?

- Seria o quinto “país” mais populoso do mundo com 233 milhões de habitantes depois da China, da Índia, dos EUA e da Indonésia.

- Seria o segundo “país” em área com 10 642 605 quilómetros quadrados depois da Rússia.

- O seu índice de desenvolvimento humano calculado pela ONU vai do 27º lugar ocupado por Portugal, seguido do Brasil (63º), Cabo Verde (105º), São Tomé e Príncipe (126º), Timor-Leste (140º), Angola (160º), Moçambique (168º) e Guiné-Bissau (172º).

- O PIB per capita mais baixo pertence à Guiné Bissau. Portugal lidera com 18105 dólares, seguido do Brasil, com 6771. Todos os outros estados estão abaixo dos 2500 dólares.

- Dos seus membros, quatro são produtores ou futuros produtores de Petróleo. O próximo poderá ser a Guiné-Bissau.


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