sexta-feira, novembro 17, 2006

“Sua preta de merda, vai mas é para a tua terra”

A cena passou-se hoje no cruzamento do Monte dos Burgos, no Porto (Portugal). No local é habitual estarem mulheres, algumas com crianças ao colo, a pedir esmola ou a vender desodorizantes para os carros. Um automobilista mais chateado pelo assédio não esteve com meias medidas e, abrindo a porta, disse-lhe: “Sua preta de merda, vai mas é para a tua terra”.

Da cena registei duas coisas. Primeiro, a mulher não era preta (nunca vi ninguém dessa cor em tal actividade); segundo, o agressor era branco, usava fato e gravata e guiava um carro de gama alta.

É claro que se uma andorinha não faz a Primaveira, um automobilistas estúpido que nem uma porta não faz a regra. Não deixa, contudo, de ser (eventualmente) uma excepção que não deveria existir.

Acresce que, por falta de melhor fórmula para agredir a mulher, o fulano utilizou com certeza um argumento que há muito trazia recalcado naquela coisa onde habitualmente existe o cérebro.

Nem mais nem menos do que “sua preta de merda”. Pouco posso fazer quanto à opacidade mental daquela besta, o mesmo se passando quanto às latrinas onde vegeta e se alimenta.

Fica, contudo, o registo. É claro, como diz o meu amigo, colega e companheiro Paulo F. Silva, que não faz sentido falar de racismo. Fará, talvez, falar de imbecilidade... pela cor da pele.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não será uma questão de imbecilidade mas de ESTUPIDEZ crónica naqueles que ainda não perceberam que existe, entre os homídeos, uma e uma só raça sub-dividida em: HUMANOS, os outros erectos (como chimpazés, macacos, beduínos, oragotangos, gorilas) e os Estúpidos Mentecaptos; será que isto nas outras raças como a equídea, canídea, gatídea, suína, bovina, caprina, também acontece ou só na sub-espécie humana que, como habitualmente, gosta de dar mostras de ser mais superior...
Mas quando acontece o que, segundo o DN aconteceu em França e que transcreveram como comentário no meu blogue, não há mais que aceitar os murros no estômago e deixar sair um triste sorriso... já não há lágrimas que aguentem.
Kandandu
Eugénio Almeida