terça-feira, novembro 14, 2006

A velha história mas na boca de velhos amigos...

A propósito do texto anterior (É preciso ser preto para ser angolano? É preciso ser preto para ser da UNITA?), o meu amigo uabalumuka publicou nos comentários o texto que se segue. Republico-o aqui porque, no meu entender, merece-o. E de que maneira!

«Confesso que sou branco e ao contrário de alguns, gosto de o ser(se calhar é do hábito...). Confesso que sou militante e não simpatizante da UNITA e ao contrário de alguns gosto de o ser (se calhar é do hábito...).

Atravessei umas tantas cidades, umas dezenas de comícios, umas centenas de rios e riachos, uns milhares de quilómetros de chanas e florestas e alguns anos de militância para chegar a Portugal.

Em Portugal os amigos e os que o não eram questionaram-me vezes sem conta exactamente pelo motivo que o Orlando Castro refere.

Savimbi falava ou não uma coisa em portugês e outra em umbundo? Claro que falava !!!! Só quem é ignorante sobre o umbundo pode imaginar que se possa fazer uma tradução literal de português para o umbundo e vice-versa.

Qualquer linguista atento dirá que devido às características do umbundo isso é.

Para além de todos os mal-entendidos possíveis e imagináveis, houve sempre esse senão.

Agora quanto ao resto... Como no Mpla ou na Fnla, na UNITA também existiram e certamente existem racistas. Certamente que não ao nível das cúpulas e a prová-lo o número de excelentes deputados brancos que a UNITA tem (em maior número que o próprio Mpla).

Quanto aos orgãos partidários, aqueles que dizem ser mais fácil um branco singrar no Mpla do que na Unita, deveriam contabilizar quantos brancos e mestiços o Mpla afastou nos ultimos anos e quantos a Unita afastou.

O engraçado da situação actual é que aos meus amigos do Mpla encontro cada vez mais instalados em Portugal, aos meus amigos da Unita encontro cada vez menos aqui e cada vez mais lá.

Será apenas coincidência ?... »

Sem comentários: