terça-feira, dezembro 12, 2006

MPLA faz com parte da FLEC
o que fez com parte da UNITA

A história repete-se. Com a ajuda bem paga de ex-militares da FLEC Renovada, uma verdadeira caça aos resistentes da FLEC no interior de Cabinda levou o movimento a rever a sua estratégia militar no enclave. Segundo o Ibinda, o comandante Carlos Luemba, em entrevista à PNN, negou que a FLEC esteja a receber apoios da oposição congolesa liderada por Jean Pierre Bemba.

Em entrevista à PNN, Carlos Luemba, comandante da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) fiel a Nzita Tiago, afirmou que a actividade militar do movimento tem sido concentrada «em acções de sabotagem de áreas com forte presença das Forças Armadas de Angola (FAA)».

O mesmo militar reconhece um abrandamento dos combates, com excepção de um ataque das FAA contra posições da FLEC, que resultou em alguns feridos.

«Neste momento a FLEC está a aplicar novas metodologias de combate enquadradas no novo cenário político militar em Cabinda», declarou Carlos Luemba, uma nova realidade militar resultante do facto de «alguns militares da ex-FLEC Renovada, fiéis a António Bento Bembe, estarem a colaborar activamente com as tropas angolanas presentes no enclave».

Segundo o Comandante Carlos Luemba, Pedro Chicaia, vulgo «Lembiano», tem acompanhado as FAA na zona centro do enclave, nas áreas do Dinge, Bruno Macaia, vulgo «Karipando», Filipe Buanga, vulgo «Aliança» e Faustino Maiéle, estão focalizados nas áreas do Necuto e Belize, Adolfo Martinho Malanda, Estêvão Gomes, José Luaca e João Bunta, vulgo «Tira-Dúvidas», operaram, juntamente com as FAA, nas unidades de Buco Zau e Miconje, assim como André Lelo, Martinho Adolfo, ex-chefe do Estado-maior da FLEC Renovada, têm colaborado activamente na localização dos militares da FLEC no interior do enclave, «numa verdadeira caça aos resistentes».

Reconhecendo os «resultados nefastos» para a resistência resultantes da «colaboração destes ex-militares da Renovada», Carlos Luemba confirma que a maioria dos «colaboradores cabindas» são ex-resistentes que «há muito se renderam às autoridades angolanas», mas que actualmente estão também enquadrados nos chamados «acantonamentos».

Em referência aos rumores que circularam em Cabinda, dando conta que a FLEC estaria a ser apoiada pelos fiéis de Jean Pierre Bemba, que nas eleições presidenciais da República Democrática do Congo (RDC) obteve uma vitória na Província do Baixo Congo, fronteiriça com Cabinda, levando a um aumento dos efectivos militares angolanos no país vizinho, Luemba avança serem apenas «pretextos para o MPLA justificar a forte presença de tropas angolanas na RDC», uma presença «constante e visível» após a vitória de Joseph Kabila.

Vários observadores confirmaram também à PNN que militares com uniforme angolano são vistos com «muita frequência» a circular no centro de Kinshasa, assim como em Mbandaka, capital da província do Equador, e no Katanga. Observadores do Ibinda.com em Kinshasa, na RDC, confirmaram ainda que o chefe de estado-maior da FLEC, Estanislau Boma, tem sido activamente procurado pelas autoridades angolanas presentes no país.

Vários cabindas foram igualmente interrogados na capital congolesa por três oficiais angolanos, entre os quais o General Tony Katembo, responsável da segurança em Cabinda, a fim de tentar localizar o chefe militar da FLEC.

1 comentário:

Anónimo disse...

A história muda, os actores são diferentes mas a base metodológica é a mesma.
Nada que surpreenda a não ser o facto de Cabinda continuar a não estar em PAZ.
Kdd
Eugénio Almeida