terça-feira, fevereiro 20, 2007

Pobres e mal pagos… mas com direito ao aborto

De acordo com dados recentes publicados pela Comissão Europeia, 20 por cento dos portugueses viviam em 2004 abaixo do limiar de pobreza - fixado em 60 por cento do rendimento médio nacional depois de incluídas as ajudas sociais - contra uma média comunitária de 16 por cento. Mas será isso importante? Claro que não… até porque, como diz José Sócrates, em matéria de aborto passamos a estar ao nível dos mais evoluídos!

Entre os Vinte e Sete países da União Europeia, apenas a Polónia e a Lituânia estavam em pior situação, com 21 por cento de pobres. Estes são, no entanto, países com níveis de riqueza particularmente baixos: o Produto Interno Bruto por habitante da Polónia ascendia no mesmo ano a 50,7 por cento da média comunitária e o da Lituânia a 51,1 por cento. Em Portugal, o PIB por habitante representava na mesma altura, 74,8 por cento da UE.

Mas será isso importante? Claro que não… até porque, como diz José Sócrates, em matéria de aborto passamos a estar ao nível dos mais evoluídos!

No extremo oposto está a Suécia, com 9 por cento de pobres, e um PIB por habitante equivalente a 120 por cento da média europeia. Lá chegarão os portugueses. Não começaram pela riqueza mas já têm o aborto. Não se pode ter tudo, convenhamos.

Portugal, segundo o Público, tem o pior resultado da UE num outro indicador, o dos trabalhadores pobres, o que significa que o salário não protege contra a precariedade: segundo os mesmos dados, 14 por cento dos portugueses com um emprego vivem abaixo do limiar de pobreza, contra 8 por cento no conjunto dos Vinte e Sete.

Mas será isso importante? Claro que não… até porque, como diz José Sócrates, em matéria de aborto passamos a estar ao nível dos mais evoluídos!

Do mesmo modo, e tendo em conta que o envelhecimento da população será mais rápido em Portugal que em muitos outros Estados e que os seus custos com a saúde são mais elevados, Bruxelas aconselha o Governo a aplicar a reforma das pensões, melhorar a eficácia do sistema de saúde e resolver o problema do financiamento "regressivo" da saúde, incluindo através da redução dos custos financeiros com os grupos mais desfavorecidos.

Lá chegarão os portugueses. Não começaram pela riqueza mas já têm o aborto. Não se pode ter tudo, convenhamos.

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