quarta-feira, julho 11, 2007

Na governação Angola é o pior dos lusófonos

Na governação Angola é o pior dos lusófonos Angola tem, entre os países lusófonos, a pior a classificação na maioria dos indicadores de governação do Banco Mundial, incluindo corrupção e eficácia governamental. No relatório Indicadores Globais da Governação 1998-2006, Angola surge no indicador "controlo da corrupção" no percentual 8,7, o que significa que apenas 8,7 por cento dos 212 países incluídos estão abaixo deste nível.

A Guiné-Bissau surge com 15,5 e Timor-Leste com 19,9. Os dois melhores neste aspecto são Portugal (82,5) e Cabo Verde (72,8), que surge bem à frente do Brasil (47,1).

Os dados do relatório, da autoria dos economistas Daniel Kaufmann, Aart Kraay e Massimo Mastruzzi, são calculados pelo Banco Mundial a partir de diversas fontes, como institutos de pesquisa, centros de análise, organizações não-governamentais e outro tipo de organizações internacionais.

No "painel" de avaliação dos seis indicadores estão a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Economist Intelligence Unit, Banco de Desenvolvimento Africano (BAD), Afrobarómetro, Gallup ou Departamento de Estado norte-americano, num total de 33 fontes e dezenas de milhar de inquiridos.

Além da corrupção, o estudo abrange os indicadores "voz e responsabilização", "estabilidade política e ausência de violência", "qualidade da regulação", "cumprimento da lei" e "eficácia governamental". Neste último, Angola surge com 10,9, novamente abaixo da Guiné-Bissau e Timor-Leste.

Bem maior é a diferença entre com os restantes "oito" no que diz respeito a "voz e responsabilização", que mede a participação dos cidadãos na política - Angola está com 11,5, e o segundo pior, a Guiné-Bissau, com 33,7.

O cumprimento da lei é o pior resultado de Angola (7,1), e também da Guiné-Bissau (9,0). O melhor resultado, cuja recuperação merece até destaque do Banco Mundial, é na estabilidade política, em que Angola surge com 28,8, ligeiramente acima da Guiné-Bissau (26,4).

Na qualidade da regulação, Angola (7,1) surge ligeiramente melhor do que Timor-Leste (6,8). A melhor classificação de Timor-Leste é na "voz e responsabilização" (38,5), tal como na Guiné (33,7).

Em São Tomé e Príncipe, mostram os números apresentados pelo Banco Mundial, o pior é a eficácia do governo (20,9) e o melhor a estabilidade política e ausência de violência (64,4).

O melhor em Cabo Verde e em Moçambique é a ausência de violência (78,8 e 63,9, respectivamente) e o pior a qualidade da regulação (45,4 e 30,7).

O Brasil destaca-se na voz e responsabilização (58,7) e o pior é o cumprimento da lei (41,4).
Portugal apresenta a sua pior classificação na estabilidade política (76) e a melhor em voz e responsabilização (90,4).

Para os autores do estudo, os números dão conta de melhorias a nível mundial na governação, e particularmente no combate à corrupção, incluindo em África.

"A notícia auspiciosa é que um número considerável de países, mesmo em África, está a mostrar que é possível fazer progressos significativos na governação num período de tempo relativamente curto; estas melhorias são cruciais para a eficácia da ajuda e para um crescimento sustentado a longo prazo", afirma Daniel Kaufmann, co-autor do estudo.

De acordo com os autores do estudo, a corrupção movimenta anualmente um bilião de dólares em todo o mundo.

Manchete de hoje do Notícias Lusófonas

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