quinta-feira, agosto 02, 2007

Em memória do meu Presidente
(tantas vezes quanto necessário)

Quando, há cinco anos, se confirmou a morte de Jonas Savimbi, escrevi o texto que se segue e que, por uma questão de honra, republico sempre que me dá na gana. E quando se está num deserto, não faltam motivos próximos para justificar nova publicação. Por agora faço-o porque amanhã Jonas Savimbi faria 73 anos. Mau grado a vontade dos quadrúpedes ruminantes, com ou sem gibas sobre o dorso, que em Angola e Portugal nasceram a saber tudo e são donos divinos da verdade, é uma posição que manterei ao longo dos anos. Esta posição tem elevados custos. Até agora fui obrigado a perder algumas batalhas, mas ainda não fui derrotado. E não fui porque, assim dizia o Mais Velho, só é derrotado quem desiste de lutar.

Eis o texto (ispsis verbis) publicado no dia 24 de Fevereiro de 2002:

O Povo Angolano, Angola, África e todos os que pugnam pelos ideais de liberdade e democracia no Mundo, estão de luto. Luto por diversas razões.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Presidente da UNITA, tombou heroicamente em combate! Tombou heroicamente em combate o meu Presidente.

Tão heroicamente que as Forças Armadas de Angola (ou pelo menos parte delas) tiveram necessidade de O humilhar... mesmo depois de morto. Trataram o meu Presidente como um cão raivoso, como um troféu de caça. Até na morte Jonas Savimbi atemorizou os militares de José Eduardo dos Santos.

Os adversários, ou até mesmo os inimigos, merecem respeito. E isso não aconteceu. As FAA não humilharam Jonas Savimbi, humilharam uma grande parte do Povo Angolano.

A África perdeu um dos seus mais insignes filhos, cuja vida e obra O situam na senda dos arautos da História Africana como N'Krumahn, Nasser, Amílcar Cabral, Senghor, Boigny e Hassan II.

O Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Presidente da UNITA, o meu Presidente, tombou em combate ao lado das suas tropas e do Povo mártir, apanágio só concedido aos Grandes da História.

Deixou-nos como maior e derradeiro legado a sua coragem e o consentimento do sacrifício máximo que pode conceder um combatente da liberdade, a sua Vida.

Fiel aos princípios sagrados que nortearam a criação da UNITA, o Dr. Savimbi, rejeitando sempre e categoricamente os vários cenários de exílios dourados, foi o único dos líderes angolanos que sempre viveu e lutou na sua Pátria querida.

A ela tudo deu e nada tirou, ao contrário de outros com contas, palácios e mansões no estrangeiro.

Fisicamente o meu Presidente morreu. Fisicamente o meu Presidente foi humilhado. Mas uma coisa é certa. Não há exército que derrote, mate ou humilhe uma cultura, um povo, uma forma eterna de ser e de estar.

Jonas Savimbi, o meu Presidente, continuará a ter quem defenda essa cultura, esse povo, essa forma eterna de ser e de estar.

«Há coisas que não se definem - sentem-se». Foi isto que em 1975 me disse, no Huambo, Jonas Malheiro Savimbi. É isto que José Eduardo dos Santos nunca compreendeu. A UNITA não se define - sente-se. Jonas Malheiro Savimbi não se define - sente-se. Angola não se define - sente-se.

E porque se sente, e não há maneira de matar o que se sente, é que Jonas Malheiro Savimbi, o meu Presidente, continuará vivo. Vivo no esforço pela paz em Angola, vivo pela dignificação dos angolanos, vivo pela liberdade, vivo pela coerência... vivo porque os heróis não morrem nem são humilhados.

Obrigado Presidente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Orlando de Castro,eu sou um leitor do canal Club-k e tenho lido os teus artigos mas so hoje tive a oppurtunidade de conhecer o teu blog, e posso lhe guarantir que estou muito satifeito.
gostaria saber se tens em tua posse videos de discorsos do nosso presidente, como jovem membro do partido gostaria tanto possuir-los.
tive a opurtunidade de me registar como membro do partido no ano passado a quando a minha visita em Angola e tambem tive honra de estar com o pr. Samakuva.
walterbuzline@yahoo.com