domingo, agosto 12, 2007

No Liceu Norton de Matos também havia
quem se descalçasse para contar até doze


«Por mim tenho as maiores dúvidas sobre os jornalistas formados no Liceu Nacional de Norton de Matos (Nova Lisboa – Huambo). É que este Liceu nunca teve cursos de jornalismo, pelo menos até 1975. E essa de ser o redactor responsável pelo jornal do mesmo Liceu, bolas, é demais. Este jornal era um jornal de parede de um grupo de carolas». Este texto foi publicado, a título de comentário, no http://viagempelasruasdaamargura.blogspot.com/ por um (mais um) anónimo.

Merecerá um (mais um) anónimo que perca tempo? Para além de ser cobarde, daí o anonimato, a besta quadrada mostra que sabe alguma coisa do meu curriculum. Admito até que, quando são muitos os camelos que nos rodeiam, possa ser um dos que se cruzam comigo neste deserto profissional. Daí a tentativa de o ajudar a ser menos camelo. Será, com certeza, um esforço inglório, mas que seja pelas almas…

Ao contrário dos camelos anónimos de gestação bipolar (camelo pelo lado da mãe e anónimo por parte do pai), a minha vida começa quando nasci e não quando, como acontece com este anónimo, se chega (sabe Deus como!) a determinado patamar.

Começa (como está escrito) quando o meu pai teve de pedir dinheiro emprestado para pagar à parteira, no dia 30 de Outubro de 1954, no então Bairro de Benfica, em Nova Lisboa.

Ao contrário dos camelos anónimos, não passei só e existir quando publiquei o primeiro artigo no diário «A Província de Angola». Do ponto de vista do Jornalismo, que não do comércio de textos de linha branca, começou com o orgulho que ainda hoje mantenho, exactamente no jornal de parede, «A Voz dos Mais Novos», então dirigido pelo professor José Fernandes Duarte («O Pelinha» ou «Pele Vermelha»). Já nessa altura, o jornal só era lido pelos que para contar até 12 não tinham de se descalçar.

Era feito por um grupo de carolas? Era sim senhor. Carolas que sabiam ler e escrever ao contrário de outros que, como agora se vê, sabem juntar letras mas não sabem ler nem escrever.

Quanto ao curso de jornalismo (Jornalismo e não comércio de textos de linha branca), foi ministrado – ao contrário do mentiroso arroto que o camelo anónimo diz – pelos Jornalistas do Jornal «A Província de Angola», José de Almeida e Carlos Morgado. O Liceu teve, aliás, não só este mas outros cursos, como foram os casos de Fotografia.

Acredito que o camelo anónimo em questão, certamente embevecido pela cáfila que o rodeia, tenha fraca memória (mesmo considerando a origem genética). Na altura estaria, talvez, a descalçar-se para utilizar os dedos dos pés.

1 comentário:

Boucinha disse...

Liceu Nacional de Nova Lisboa numca teve cursos de jonalismo Estudei nos anos 60 e 70