domingo, setembro 02, 2007

O «socretino» governo (de Lisboa) e os emigrantes

Saberão os portugueses que trabalham no estrangeiro coisas que os que residem nas ocidentais praias lusitanas não sabem? Ou será, pelo contrário, que ainda não descobriram que o governo “socretino” de Lisboa os anda enganar, tal como ludibria todos os que por cá fazem vida claramente (so)cretina?

Nos primeiros seis meses de 2007, o envio de dinheiro para Portugal por parte das comunidades portuguesas no estrangeiro registou um crescimento de 10,7% em relação a igual período de 2006 - indicam números distribuídos pelo Banco de Portugal.

Quer raio de país andam a vender junto dos mais de 30% da população portuguesa que vive por esse mundo?

Nos seis meses Janeiro-Junho do corrente ano, as remessas de dinheiro para Portugal atingiram os 1.206.769.000 euros, ultrapassando os 1.090.042.000 euros registados em igual período do ano passado.

Cheira-me que, mais uma vez, a equipa “socretina” continua a dizer ao bom povo português, tal como o fez John Kennedy, que "é a altura não de perguntar aquilo que o país pode fazer por nós, mas aquilo que todos podemos fazer pelo nosso país".

E assim, os portugueses da diáspora vão ter também (e mais uma vez) de pagar a conta. Já a estão a pagar como, aliás, sempre fizeram.

O que pensa o Governo fazer com os perto de quatro milhões e meio de portugueses que escolheram (a maior parte deles voluntariamente... obrigados) outros países para viver?

Facilitar-lhe o envio de euros, está bom dever.

Falar (e falar bem é coisa que sobra neste, como nos outros, governos) de apoiar uma maior integração nos países de acolhimento, de reforçar os elos de ligação com o país de origem, de reformular a rede consular e de incentivar o ensino do português parece-me uma daquelas fórmulas inócuas que, como por cá se diz, apenas servem para tapar o sol com uma peneira.

Além disso não reflectem nada de novo e, convenhamos, serve a gregos e troianos. Ou seja, a ninguém em concreto. E os portugueses que lutam no estrangeiro são – digo eu - algo de concreto, com alma e coração.

É claro (para mim - entenda-se) que este Governo (tal como os outros) está-se nas tintas para os emigrantes. Porquê? Porque, apesar de serem os tais quatro milhões e meio... apenas para aí 200 mil têm direito de voto, embora não o usem.

Acresce, até porque importa estimular a verdade, que o PS “socretino” também aos emigrantes prometeu pão e vinho sobre a mesa e, afinal, nem mesa (muito menos o pão e o vinho) lhes vai dar.

Aliás, alguém se lembra que entre as muitas promessas, não do PS mas dos PSD, constava a criação de um ministro de Estado adjunto para as Comunidades?

Pois! Enganados andamos todos, emigrantes ou não. Daí que, calculo eu, um dia destes os emigrantes vão fechar a torneira das remessas e os que por cá (sobre)vivem vão dizer: Alto e pára o baile.

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