sábado, dezembro 01, 2007

A ditadura de Eduardo dos Santos
é uma lição de amor... e dedicação

Angola vai apoiar a comunicação pública de São Tomé e Príncipe depois de igual filantrópica colaboração com os media da Guiné-Bissau. Admiração? Não. Tudo normal e na santa paz de… Sócrates. Aos congéneres africanos, Luanda vai apoiar com ensinamentos básicos sobre a melhor forma de silenciar a liberdade e manter no poder os ditadores. Aos não africanos, caso de Portugal, apoiará pela participação nas sociedades gestoras…

Eduardo dos Santos quer agora exportar a experiência ditatorial do MPLA, neste caso em relação aos media. E faz bem. Os mestres devem sempre ensinar alguma coisa a quem está a apreender a, democraticamente, silenciar quem pensa de maneira diferente.

É claro que o Governo de Luanda tem todo o direito de estabelecer acordos com quem os quiser assinar. É claro que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (ainda existe?) tem todo o direito de ficar calada o que, aliás, é uma das suas regras de ouro. É claro que os media lusófonos do Estado têm todo o direito da aplaudir a cooperação entre ditadores, mesmo que eleitos pelo voto.

No entanto, é também claro que eu tenho o direito, e o dever, de achar que todos estes acordos não passam de formas conhecidas de perpetuar os ditadores no poder. A bem da Nação, dizia António de Oliveira Salazar. A bem das boas relações entre estados, diz José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.

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