terça-feira, dezembro 11, 2007

Olho por olho e dente por dente?
- Ficaremos cegos e desdentados

Alguém disse que «nós somos filhos e agentes de uma civilização milenária que tem vindo a elevar e converter os povos à concepção superior da própria vida, a fazer homens pelo domínio do espírito sobre a matéria, pelos domínios da razão sobre os instintos». Ao ver e sentir (seja no bolso, seja na profissão ou até na segurança) a ditadura democrática que, em Portugal, o Partido Socialista de José Sócrates nos obriga a comer e a calar, creio que os instintos estão a valer mais do que a razão.

Seja no contexto nacional, ou no internacional como agora se viu na Cimeira entre a União Europeia e os ditadores africanos, assiste-se à tentativa dos senhores do poder (hoje terroristas, amanhã heróis - ou ao contrário) venderem a ideia de que o importante é a sociedade que tem de ser destruída e não aquela que tem de ser criada. Como disse G. Geffroy , o importante é avançar por avançar, agir por agir, pois em qualquer dos casos alguns resultados hão-de aparecer.

Talvez por isso, os portugueses (aqueles que pagam impostos, aqueles que comem e calam – que remédio!) que têm medo do cão raivoso aceitem (mesmo que contrariados) a ajuda do lobo. Quando se aperceberem (alguns já se aperceberam e espero que não se esqueçam disso nas eleições), o lobo terá derrotado o cão e preparar-se-á para os comer a eles.

Os agora terroristas africanos (segundo a terminologia ocidental, que já usou igual epíteto - entre outros - para Yasser Arafat, recordam-se?) não têm por enquanto a mesma capacidade civilizacional da Europa. Estão, por isso, a ser humilhados, sobretudo pelo número dos mortos que o único erro que cometeram foi terem nascido.

São as leis da razão? Não. São as leis dos instintos. Instintos que vão muito além das leis da sobrevivência. Entram claramente na lei da selva em que o mais forte é, durante algum tempo mas nunca durante todo o tempo, o grande vencedor.

Então? Então é preciso ir em frente. Sem medo. Olho por olho, dente por dente. No fim, o último a sair - cego e desdentado - que feche a porta e apague a luz...

Nota: O autor da transcrição feita no primeiro parágrafo é António de Oliveira Salazar.

1 comentário:

Sergio Barroso disse...

Meu caro, sou o autor da fotografia que acompanha este post. Em geral, agrada-me que as minhas fotografias sejam utilizadas por outros bloggers, desde que façam referência ao autor, o que não foi o caso. Todavia, nesta situação especifica, agradecia a fotografia não fosse utilizada dado que os direitos da mesma foram oferecidos a uma entidade pública nacional, constando a mesma do livro "Portugal, Olhares da Geografia" (2007)Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.
Obrigado.