terça-feira, janeiro 01, 2008

Beijávamos o horizonte, engravidávamos o infinito


Uma das vantagens de não enviar mensagens de Natal e/ou Ano Novo a torto e a direito é, entre outras, saber quem se lembra de mim. Este ano, mais uma vez, recebi algumas. Bom sinal. Ainda restam alguns amigos.

Uma delas, chegada dos Açores, dizia:
Não sou poeta / nem semelhança / mas sou profeta / da minha esperança.

O coração estremeceu. A alma ficou em silêncio. As palavras ditas emudeceram. O silêncio voou à velocidade da luz.

É verdade. São quatro versos de um livro chamado “Algemas da Minha Traição” e que, em 1975, publiquei na minha eterna e sempre amada Nova Lisboa, Angola.

Obrigado Luís Ganho. Foi este velho e querido Irmão desses tempos em que beijávamos o horizonte e engravidávamos o infinito que, 32 anos depois, me abalou de tal forma que até pensei que alguma vez fui poeta.

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