quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Major Alfredo Reinado a ministro, já!

Ao estilo de Ramos Horta, Xanana Gusmão veio hoje dizer que o major fugitivo Alfredo Reinado "não é uma ameaça real à estabilidade" de Timor-Leste. E se quem o diz é o actual primeiro-ministro e anterior presidente da República, quem sou eu para duvidar?

Aliás, com este governo e com este presidente da República, ainda vou um dia destes ver Alfredo Reinado ser para aí… ministro da Defesa.

"Os jovens aqui, em Díli, acham-no como herói. Há boa gente que eu conheço e de quem sou muito amigo e (o apoio) é mais por uma questão de vingança política", acrescentou Xanana Gusmão sobre o ex-comandante da Polícia Militar timorense e um dos protagonistas da crise de 2006, que levou à queda do governo chefiado pelo líder da Fretilin, Mari Alkatiri.

Ter-me-ei enganado? Talvez. Alfredo Reinado, a fazer fé na análise do seu velho amigo Xanana, poderá ser – isso sim – ministro da Juventude.

Bem. Se Ramos Horta chegou a presidente da República, porque carga de chuva Reinado não poderá ser ministro?

Alfredo Reinado, fugido à justiça desde Agosto de 2006, está acusado de homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra. Apesar disso (ou será por causa disso?) não é, diz Xanana, “uma ameaça real à estabilidade".

Sim. Convenhamos que estar acusado de homicídio, rebelião e posse ilegal de material de guerra não é uma ameaça. É, direi, uma garantia de total estabilidade.

O major que não é uma ameaça foi, recorde-se em abono das doutas teses de Xanana, um elemento central na crise política e militar de 2006, desencadeada por um grupo de peticionários das Forças Armadas e que deixou, até hoje, uma herança de 100 mil deslocados internos.

E é a esta gente que está entregue o destino dos timorenses!...

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