segunda-feira, março 31, 2008

Cem oficiais superiores da Polícia timorense
mandaram às malvas a língua… portuguesa

A Indonésia vai treinar os cem oficiais superiores da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), afirmou o secretário de Estado da Segurança timorense, Francisco Guterres. Porquê a Indonésia?

A explicação é simples, eficaz e directa: "Queriam mandar os líderes da PNTL para Portugal mas eles não falam a língua portuguesa. Falam mais o indonésio e por isso discutimos com a Indonésia para organizar o curso", explicou, presumo que em português, embora a Lusa não o diga, o secretário de Estado da Segurança timorense.

"Será um curso de liderança para tomarem decisões efectivas em situações difíceis", explicou Francisco Guterres, acrescentando que "se os comandantes da Polícia não tiverem essa capacidade de tomada de decisões, estragamos toda a instituição".

Entretanto, também hoje, a GNR iniciou a formação, presumo que em português, do primeiro curso de 31 elementos da PNTL e fará a formação directa de um segundo grupo.

Os 62 instrutores timorenses, que certamente ficarão subordinados aos 100 oficiais superiores que não falam português, serão responsáveis pela instrução de todos os elementos da Polícia, afirmou o secretário de Estado da Segurança.

"É uma instrução de instrutores, um curso de três meses em que o objectivo é incutir o espírito de corpo e disciplina nos elementos e prepará-los para dar instrução futura na PNTL", afirmou o tenente Luís Fernandes da GNR sem, contudo, se saber se a instrução é dada em português ou bahasa.

Calculo que, feitas as contas, Portugal em particular e essa coisa que dá pelo nome de CPLP (Comunidade de Países que às vezes são de Língua Portuguesa) em geral, devem estar satisfeitos.

E não é para menos. Até porque, creio eu, esses cem oficiais superiores da Polícia timorense sabem dizer algumas importantes palavras em português, como é o caso de “pastéis de Belém” e “vinho do Porto”.

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