sexta-feira, março 21, 2008

MPLA e cubanos parecem apostados
em que a paz em Angola seja violada

Já vi guerras recomeçaram por muito menos. Não será, com certeza, o caso. Creio, contudo, que o Governo de Angola está a brincar com o fogo e, por isso, os angolanos podem queimar-se. Seria bom que Luanda pusesse ordem na sanzala.

Vamos aos factos. As embaixadas de Angola e Cuba em Brazzaville, capital da República do Congo, organizam hoje, segundo a insuspeita Angop, actos comemorativos do vigésimo aniversário da batalha do Cuito Cuanavale, província do Kuando-Kubango, que se assinala no dia 23.

De acordo com um documento da embaixada de Angola no Congo, ao qual obviamente a Angop teve hoje acesso, o evento que terá lugar na sede da missão diplomática angolana, reunirá, para além dos diplomatas dos dois países, diversas individualidades congolesas e estrangeiras, entre as quais o presidente do grupo parlamentar de amizade Congo-Angola, Lékoundzou Itihi Ossétoumba.

Segundo o nota de imprensa, a vitória alcançada pelas extintas FAPLA com o apoio dos internacionalistas cubanos sobre o poderoso exército invasor sul-africano desembocou na ascensão da Namíbia à independência e a queda do apartheid, bem a democratização da África do Sul, proporcionando assim a pacificação da África austral.

Tirando o exagero propagandístico e falso do que foram as FAPLA e os cubanos, a Embaixada de Angola (que representa o Governo) não só esquece as FALA como, ao mesmo tempo, enaltece a morte de muitos e muitos angolanos.

O poder Luanda (MPLA, Eduardo dos Santos e novamente cubanos) parece esquecer a História e, mais grave do que isso, dá entender que importa amesquinhar os angolanos que não estiveram do mesmo lado da barricada.

Ora, caros donos do poder em Angola, a ausência de tiros não significa paz. Cuidado com essa atávica forma de amesquinhar uma importante parcela do povo angolano.

Foto: Helicóptero russo capturado na batalha de Cuito Cuanavale e usado pelas FALA (UNITA)

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