quinta-feira, abril 03, 2008

Crescimento económico não é sinónimo
de progresso para os que mais precisam

O economista angolano Afonso Chipepe afirmou hoje, em Luanda, que em seis anos de paz efectiva no país a economia nacional registou um forte crescimento, fruto das políticas macroeconómicas adoptadas pelo Governo.

É verdade. Tal como é verdade o que diz o Relatório Económico para África 2008, divulgado hoje pelas Nações Unidas e União Africana, onde assinala que esse crescimento continua sem ter reflexos ao nível do desenvolvimento social.

Como em Angola, o crescimento económico em África deverá acelerar este ano para 6,2 por cento, sendo que em 2007, o crescimento médio das economias africanas foi de 5,8 por cento, de acordo com o documento, e 30 países viram a subida do seu PIB a acelerar, com grandes desigualdades de desempenho entre os países do continente, principalmente entre os importadores e os exportadores de matérias-primas.

"O crescimento das economias dos países de África foi impulsionado principalmente por uma procura mundial robusta e pelos elevados preços das matérias-primas", lê-se o relatório.

Outros factores de crescimento, adianta, foram "a consolidação da estabilidade e melhoria da gestão macroeconómica, maior empenho nas reformas económicas, aumento dos fluxos privados de capital, alívio da dívida e crescimento das exportações de bens não-petrolíferos".

"África também assistiu a um declínio dos conflitos políticos e guerras, especialmente na região Central e Ocidental, embora a paz permaneça frágil nalgumas partes do continente", refere ainda o relatório da Comissão Económica das Nações Unidas para África e da União Africana.

O relatório, intitulado "África e o Consenso de Monterrey: Monitorizando o Desempenho e Progresso", salienta ainda que "o crescimento económico africano "ainda não se traduziu em desenvolvimentos sociais significativos e não beneficiou grupos vulneráveis".

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