sexta-feira, abril 25, 2008

Portugal está satisfeito com a obra
que continua (por fazer) em África

O ministro português dos Negócios Estrangeiros manifestou-se hoje "satisfeito com os avanços que Portugal tem vindo a conseguir em África" utilizando todas as sinergias existentes como a língua, o conhecimento empresarial e outros. Se calhar é para rir ou, talvez, daquelas coisas que se dizem para não estar calado.

Luís Amado preside hoje em Pretória ao seminário sobre diplomacia portuguesa na África Austral, para o qual foram convocados os embaixadores na África do Sul, Angola, Moçambique, Zimbabué e República Democrática do Congo, a presidente do Instituto Camões, Simoneta da Luz Afonso, presidente do IPAD, Manuel Correia, e outros agentes da diplomacia portuguesa.

Eia! tantos. Tantos dispostos a trabalhar para bem dos poucos que têm milhões, esquecendo – é claro – os milhões que têm pouco ou nada.

Os representantes diplomáticos de Portugal na África Austral mantiveram um diálogo descrito como "muito produtivo" sobre os diversos vectores da intervenção diplomática na sub-região.

Muito bem. Depois de, pelo menos, três faustosas refeições por dia, regadas à boa maneira lusófona, os trabalhos serão sempre “muito produtivos”… para tudo ficar na mesma.

Para Luís Amado este exercício diplomático é da maior importância para o sucesso de Portugal em África, quer no campo político, quer empresarial quer cultural. Claro!. Claro!

"Tenho vindo a dizer que esta é uma região, fora da Europa e do Brasil, onde temos a maior concentração de interesses portugueses. Acredito que Portugal tem vindo a recuperar espaços. Se olharmos por exemplo para a presença e os interesses portugueses em Angola e Moçambique - sobretudo em Angola - veremos que eles se têm desenvolvido muitíssimo nesta região", disse Amado.

E disse muito bem. Aliás, se há coisa onde os portugueses são bons é na língua. É em dar à língua. É em prometer e ficar a ver os outros, por exemplo, fazer. Veja-se a criação no Nordeste brasileiro da Universidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Luís Amado está convencido de que Portugal "fechou um ciclo no seu relacionamento com o continente africano e que a cimeira de Lisboa UE/África marca uma mudança de atitude para com Portugal por parte da generalidade dos países africanos".

Tem razão. Fartos de promessas, os países africanos, nomeadamente os lusófonos, já perceberam que têm de mudar de atitude em relação a Portugal. E alternativas não faltam. Se não for Lisboa é sempre possível Madrid, Paris, Londres ou até Brasília.

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