sábado, junho 28, 2008

Lisboa dá golpe de misericórdia a Mugabe

O Governo das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos, liderado pelo engenheiro José Sócrates, causou um verdadeiro rombo na honorabilidade do presidente do Zimbabué que, ao saber que Lisboa não reconhecerá os resultados das presidenciais depois de ter dito que o processo eleitoral é uma “farsa inaceitável”, comentou para os seus mais próximos colaboradores: “E agora? O que será de mim sem o apoio de Portugal?”

É certo que Robert Mugabe conta com o apoio, mesmo que não assumido, da África do Sul, China e Rússia. Mas Portugal, reconhece o vitalício presidente do Zimbabué, recebeu-o tão bem na altura da cimeira UE/África que não esperava uma atitude destas. Aliás, consta até que Mugabe tencionava (será que, com esta desfeita, ainda tenciona?) reformar-se daqui a uns 50 anos e ir então viver em Portugal.

“Não haverá maneira de fazer com que Portugal reconsidere?”, perguntou amargurado Mugabe ao seu principal conselheiro com quem dialogava em frente ao espelho. “Possivelmente não”, respondeu o conselheiro embora admitindo uma, apesar de ténue, possibilidade.

“E que tal o senhor presidente telefonar ao seu amigo que o recebeu tão bem em Lisboa e que é o comandante lá do país?”, disse-lhe o conselheiro. “Bem visto”, respondeu Mugabe ao pegar no telemóvel.

Não. Não ligou para Lisboa. Procurou antes saber de um outro alto quadro do seu governo, que estava a olhar para ele num outro espelho, quantos eram os portugueses a viver no Zimbabué. “São para aí uns 1 300”, disse-lhe o interlocutor. Mugabe olhou para o primeiro espelho e obteve a confirmação de que seria mais ou menos esse o número de cidadãos lusos.

Convicto de que em posse desses dados conseguiria demover José Sócrates, Mugabe decidiu, agora sim, ligar para Lisboa. Eis senão quando, num terceiro espelho aparece outro conselheiro e lhe diz:

“- Senhor presidente: Não se esqueça que esses portugueses são brancos”.

Mugabe desligou o telemóvel com ar pensativo e preocupado. Perante o silêncio de todos os espelhos, afirmou:

“Será que me enganei? Quando estive em Lisboa até pensei que o primeiro-ministro deles era negro!”

Mugabe saíu da sala balbuciando: “E eu que simpatizei tanto com José Sócrates, e logo ele havia de ser branco”.

Sem comentários: