terça-feira, junho 10, 2008

O que seria de Angola sem o petróleo?

O Banco Mundial (BM) confirmou hoje as previsões de desaceleração da economia angolana, que em 2009 deverá ficar muito abaixo, muito mesmo, dos 25,4 por cento previstos para este ano.

No seu relatório anual sobre "Desenvolvimento Global", hoje divulgado na Cidade do Cabo, o BM prevê que a economia angolana volte a superar a barreira dos dois dígitos em 2009, ano em que deverá crescer 10,2 por cento.

As previsões do BM revêem em alta os números divulgados em Maio pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no seu relatório "Perspectivas Económicas para África 2008".

Na altura, a OCDE previu um abrandamento do crescimento da economia angolana para 11,5 por cento já este ano e 5,1 por cento em 2009, relacionado com a "travagem do crescimento da produção petrolífera, para 11 por cento e dois por cento, assumindo que o país cumpre a nova quota de produção petrolífera da OPEP [Organização de Países Exportadores de Petróleo], de 1,9 milhões de barris diários".

"Não me surpreende este forte abrandamento no crescimento de Angola. É muito claro que este tipo de crescimento acima dos 20 por cento é insustentável a longo prazo. E este crescimento só foi possível graças à descoberta e exploração de novos poços de petróleo", disse Hans Timmer, co-autor do relatório hoje divulgado pelo Banco Mundial (BM).

Na opinião do economista, a forte aceleração do crescimento de Angola em anos recentes "reflecte quase integralmente o desempenho da produção petrolífera".

Hans Timmer calculou, simultaneamente, que o "crescimento potencial de Angola no longo prazo" se situe em "seis a sete por cento", mais relacionado com o desempenho de "outros sectores" que as receitas do petróleo ajudam a desenvolver.

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