terça-feira, julho 15, 2008

Campanha “Não estás à venda” na Lusofonia
(é baixo o preço de quem tem a barriga vazia)

O ministro da Administração Interna da Guiné-Bissau, Certório Biote, apelou hoje aos cidadãos guineenses para lutar contra o tráfico de seres humanos no lançamento oficial da campanha "Não Estás à Venda" no país. Pois é. Mas enquanto poucos tiverem milhões e milhões tiverem pouco, quase todos estarão à venda.

"Esta campanha tem como objectivo sensibilizar os cidadãos, a sociedade civil e as organizações não-governamentais para a luta contra o tráfico de seres humanos, considerado a escravidão do século XXI", sublinhou o ministro, acrescentando que a prática viola os direitos humanos.

Fossem os políticos (neste caso os guineenses) capazes de entender que quem não vive para servir não serve para viver, e não seriam necessárias campanhas contra esta escravidão. A escravidão em África existe sobretudo porque quem manda vê no povo meros escravos e não cidadãos, e não gente, e não pessoas.

Presente na cerimónia de lançamento da campanha, apresentada por uma inspectora dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal, esteve também o embaixador de Portugal em Bissau, José Manuel Paes Moreira, que lembrou que a Guiné-Bissau é um alvo do tráfico de pessoas à semelhança de outros países e que é necessário realizar a sensibilização para que se possa ter uma maior consciência daquela prática.

Se em vez de se preocupar em dar a quem tem fome apenas peixe, Portugal apostasse em ensiná-los a pescar, certamente que faria um trabalho muito mais eficaz na luta contra o tráfico de pessoas. Certamente não seria motivo de grandes parangonas nos jornais, mas era com certeza um trabalho de grande mérito.

A campanha hoje lançada na Guiné-Bissau, já está a decorrer em Cabo Verde, Brasil e São Tomé e Príncipe. "Não Estás à Venda" chega a Angola, Moçambique e Timor-Leste em Setembro. E quando será que chega a Portugal?

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