terça-feira, julho 29, 2008

O mundo a preto e a branco
consoante os (des)interesses

Dois prémios Nobel da Paz, Jody Williams e Wangari Maathai, e a actriz e embaixadora de boa vontade da UNICEF, Mia Farrow, exortaram os líderes africanos a aumentar a pressão política sobre o Sudão para pôr fim à violência na região de Darfur.

Fizeram bem. Pena é que tenham a lista desactualizada, já que há muitos mais ditadores a fazarem mal ao povo.

As três mulheres reuniram-se com o presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, em Adis Abeba, a capital da Etiópia e sede permanente da organização pan-africana.

Williams, Maathai e Farrow visitaram a UA em representação da Iniciativa das Mulheres Nobel, uma organização formada por galardoadas com esse prémio que defendem a resolução de conflitos no mundo.

"O silêncio da União Africana perante isto (o conflito no Darfur) é algo sobre o qual gostaria de saber mais", disse Farrow numa conferência de imprensa depois da reunião com Ping. Pois. Sudão, República Centro-Africana, Ruanda, Etiópia, Somália, Zimbabué etc. Etc..

"É um silêncio estrondoso com que se aceitam estas coisas que são inaceitáveis, já que estamos no quinto ano de atrocidades que foram condenadas como genocídio", disse Mia Farrow, esquecendo-se (ou não) de dizer que o mal é serem pretos os que morrem.

Em Darfur morreram mais de 300 mil e, mesmo assim, a hipótese de levar o presidente sudanês, Omar Hasan al-Bashir, ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, parece ser uma miragem, uma forma de os senhores do mundo (Europa e EUA) dormirem descansados.

Por quantos mortos é responsável o “carniceiro dos Balcãs”, Radovan Karadzic? Pois. Será que os processos andam mais rápido quando as vítimas são brancas?

Fosse o ex-presidente jugoslavo, Slobodan Milosevic, negro e teria sido julgado? Há ditadores bons e maus? Há vítimas boas e más?

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