quarta-feira, julho 09, 2008

“Transigir com Mugabe é uma infâmia”
– Afirma, ao menos, Ribeiro e Castro

“Quem está debaixo de escrutínio já não é Mugabe, nem o seu regime de terror” - começou por dizer o eurodeputado José Ribeiro e Castro, intervindo hoje ao final da tarde, no debate, no plenário de Estrasburgo, sobre a crise do Zimbabué. “Mugabe já foi condenado pela opinião pública mundial, por causa dos seus actos terríveis e desta farsa trágica que montou.”

“Quem está agora debaixo de escrutínio – prosseguiu Ribeiro e Castro – somos nós todos. É a comunidade internacional, é o presidente sul-africano Thabo Mbeki, é a SADC e a União Africana, é a China, somos nós na União Europeia, são as Nações Unidas. Agora, é a nossa vez de sermos julgados pelo que fazemos e fizermos.”

Referindo que “acabara de receber um email com mais notícias terríveis do que está a acontecer no Zimbabué, o que nos acontece todos os dias desde há meses”, o deputado democrata-cristão convidou a Comissão e o Conselho a manterem, firme e fielmente, a posição já definida de a União Europeia não reconhecer qualquer autoridade legítima no Zimbabué, senão as que se baseiem nos resultados das eleições de 29 de Março, ganhas por Morgan Tsvangirai e pelo MDC.

Ribeiro e Castro sugeriu que o Parlamento Europeu poderia convidar Tsvangirai para uma reunião nas comissões de Assuntos Externos e de Desenvolvimento, ainda em Julho ou já em Setembro, para “lhe exprimir, bem como ao povo zimbabueano, toda a nossa solidariedade e apoio neste período tão difícil”.

“Tsvangirai e a maioria ganha pelo MDC merecem da nossa parte não apenas palavras de conforto ou posições de consolação, mas que estejamos firmemente ao seu lado e dos zimbabueanos para que sejam investidos nas posições de governação que ganharam democraticamente nas eleições de 29 de Março, apesar de todas as limitações que, já então, foram denunciadas” – prosseguiu.

E terminou: “Se a comunidade internacional falhar nesta transição, será uma desonra para todos. Diante do arbítrio grotesco e das atrocidades cometidas, voltar a transigir com Mugabe seria uma absoluta infâmia”.

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