quinta-feira, agosto 07, 2008

Presidente do Sudão pede ajuda
ao homólogo e amigo de Angola

Omar al-Bashir, o democrata presidente do Sudão, responsável pelo genocídio em Darfur (qualquer coisa com 300 mil mortos), escreveu ao seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, pedindo a ajuda de Luanda (do Governo, do MPLA, tanto faz) pra que sejam suspensas as iniciativas que visam pôr no terreno o mandato de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra si.

É simpático que al-Bashir peça ajuda ao seu homólogo e amigo Eduardo dos Santos que, certamente, não regateará esforços para que o presidente do Sudão continue a matar, perdão, a salvar milhares de pessoas em Darfur.

O pedido foi feito em carta entregue pelo ministro sudanês do Turismo, Joseph Dong. Desconhece-se a resposta, mas pela habitual filantropia e humanismo de Eduardo dos Santos, não é difícil calcular que o presidente sudanês continuará a ter o apoio do MPLA/Governo de Luanda.

Até porque, convenhamos, há um enorme exagero quando se diz que em Darfur morreram 300 mil pessoas. Dados independentes, passíveis até de serem organizados por uma equipa nomeada por Angola, certamente revelarão que o número de mortos não terá passado os 299.999. Portanto...

"Os inimigos do Sudão sabem que o nosso presidente vai ganhar as eleições e isso é motivo para eles trabalharem contra a paz e tranquilidade no nosso país", asseverou o ministro sudanês.

Onde e quando é que todos nós já ouvimos algo semelhante? Onde? Em Angola. Quando? Em 1992.

Na mesma linha de que é preciso proteger os bons rapazes, a União Africana pediu recentemente ao Conselho de Segurança da ONU para suspender o processo judicial aberto pelo TPI contra o presidente sudanês, para não comprometer o processo de paz no Sudão. Estão a ver como isto é tudo malta fixe.

Também o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a chanceler alemã, Angela Merkel, já manifestaram algumas reservas quanto ao mandado de captura por recearem que ponha em risco os esforços de paz da ONU na região.

Não há dúvida. Tal como em Angola há angolanos e, no dizer do ministro da Defesa, Kundy Paihama, kwachas; em África há africanos de primeira e os kwachas lá do sítio. Daí que ONU, Alemanha, Rússia, China e mais alguns encobertos continuem a dar apoio ao candidato ao Nobel da Paz que dá pelo nome de Omar al-Bashir.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acha estranho este pedido de ajuda?
então os amigos não são para as ocasiões?
Deus não é feirão mas... junta o gádo.
Um abraço
A.S.Dias