sexta-feira, setembro 05, 2008

Não adianta contestar as decisões do MPLA
(por alguma razão ele é o dono da verdade)

O presidente da FNLA disse em Luanda que o processo eleitoral «está viciado» e revelou que pediu à Comissão Nacional Eleitoral que encontre uma solução que dignifique Angola. Já o presidente do Partido da Renovação Social (PRS) esclareceu que vai pedir a anulação da eleição.

Sem pedir a repetição da votação em Luanda, como fez o líder da UNITA, Isaías Samakuva, o presidente da FNLA, Ngola Kabango, adiantou que ocorreram «atropelos gravíssimos».

«Estamos à espera para que se encontre uma solução que dignifique Angola», afirmou, sublinhando que a FNLA está «rigorosamente contra o prolongamento da votação para sábado».

«A lei prevê um dia e se há irregularidades gravíssimas como estas, temos que tomar uma decisão», adiantou, sem especificar qual a solução que preconiza.

O líder da FNLA, logo após um encontro com o presidente da CNE, Caetano de Sousa, admitiu que «se fosse só o atraso seria aceitável», mas «a desorganização e a confusão não», porque «tudo isso foi feito de forma deliberada».

Também Eduardo Kuangana, presidente do Partido da Renovação Social(PRS), criticou duramente a desorganização do processo e, por isso, esclareceu que vai pedir a anulação da eleição.

Seja como for, 320 assembleias de voto vão voltar a abrir amanhã em Luanda. É claro que durante a noite nada de anormal se vai passar, ou não se estivesse num Estado de Direito onde o mesmo partido, o MPLA, está no poder há 33 anos.

Hoje, às 11,48 horas, escrevi aqui (ver «
Desastre total verificada em Luanda visará um segundo dia de votação?»): Será que a confusão visa criar condições para que a votação seja prolongada até amanhã? Nunca se sabe. Do MPLA (que está no poder desde 1975) é de esperar tudo. Aliás, mais um dia de votação daria, como em 1992, uma grande ajuda aos especialistas eleitorais do regime que trabalham bem durante a noite.

Pois é. Aconteceu mesmo. Nada mudou no reino de Eduardo dos Santos. Nem mesmo a cobardia (ou será diplomacia económica?) dos observadores internacionais que, em alguns casos contrariados, comem e calam.

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