terça-feira, outubro 07, 2008

Droga na Guiné-Bissau? ONU e CPLP
estão a gozar com a chipala da malta!

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou que a Guiné-Bissau se está a converter num mercado de drogas e pediu ao Conselho de Segurança para considerar a possibilidade de adoptar sanções. A comunidade internacional continua a gozar com a nossa chipala.

"Preocupam-me, particularmente, relatórios que referem que a Guiné-Bissau já não é simplesmente um centro de trânsito, mas que se está a converter rapidamente no importante mercado de comércio de drogas", afirmou o secretário-geral da ONU no último relatório sobre o país, datado de 29 de Setembro.

No próximo afirmará a mesma coisa, e no seguinte repetirá o que disse nos anteriores. Fica, contudo, por resolver o problema.

Já no dia 26 de Agosto, o representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Shola Omoregie, manifestou-se “desagradado e preocupado” com a decisão do juiz que ordenou a libertação de quatro suspeitos de tráfico de droga para o país.

Resultados? Nenhuns.

Portugal, que agora preside a essa aberração politico-filosófica que se chama CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), também continua a fazer relatórios sob a tutela do ilustre João Gomes Cravinho que, como é habitual, não só dão cobertura à ditadura de Nino Vieira como são um problema para a solução.

"Dado que compromete a paz, a segurança, a saúde, a economia e o Estado de Direito, a intensificação do tráfico de drogas pode semear o caos em todo o país", alerta o secretário-geral da ONU, numa cópia fiel do muito que tem dito e do pouco, ou nada, que tem sido feito.

No documento, Ban Ki-Moon pede ao Conselho de Segurança da ONU para criar um grupo de peritos para investigar a identidade e as actividades de quem participa no tráfico de droga naquele país da África Ocidental, com a possibilidade de adoptar medidas que incluam sanções.

Criado esse grupo de peritos (no qual espero ver incluído João Gomes Cravinho), lé teremos daqui a uns meses mais um relatório a dizer o que já se sabe e, eventualmente, a sugerir a criação de mais um grupo de qualquer coisa para que, afinal, tudo continue na mesma.

No relatório, Ban Ki-Moon sublinha que a "propagação do narcotráfico e do crime organizado na Guiné-Bissau ensobram cada vez mais o país" e ameaçam os "esforços para a consolidação da paz" no país a "longo prazo".

Tretas. A ONU, a CPLP e similares não estou interessadas em resolver a questão. Preferem, nos areópagos da política internacional, apresentar relatórios pormenorizados enquanto esperam que o doente aprenda a viver sem comer.

É que, por exemplo, dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade.

É claro que não será por falta de relatórios, grupos de peritos e balelas do mesmo tipo que os guineenses vão morrer no exacto momento em que estavam quase a conseguir viver sem comer.

E no meio deste e de muitos outros dramas, Nino Vieira continua a ser rei e a ter a cobertura dos seus homólogos, mau grado ser o principal responsável pelo problema.

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