domingo, novembro 30, 2008

Eleição por via indirecta, já!

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, está – coisa normal em qualquer democracia ou Estado de Direito – há 29 anos no cargo. O facto de ser um dos políticos não eleitos há mais tempo no poder em todo o mundo é irrelevante.

Uns dirão que isso é sinal de ditadura. Mas não é. Não. Pelo contrário. É a democracia “made in petróleo” que mantém o MPLA no poder desde 1975 e que o lá vai manter durante mais uns anos.

É, aliás, o exemplo acabado do modelo de gestão de qualquer país africano que mais agrada à comunidade internacional.

José Eduardo dos Santos tinha 37 anos quando quando, a 21 de Setembro de 1979, foi investido no cargo, sucedendo a António Agostinho Neto, que tinha morrido poucos dias antes em Moscovo na sequência de uma intervenção que foi com certeza cirúrgica, embora não se saiba ao certo o que é que isso significa.

Nas únicas eleições realizadas no país depois das independências, proclamadas a 11 de Novembro de 1975 (uma em Luanda e outra no Huambo), José Eduardo dos Santos venceu a primeira volta das presidenciais, mas o resultado obtido não foi suficiente para a sua eleição. O que, em termos práticos, nada significou.

A segunda volta, que deveria ter disputado com Jonas Savimbi, na altura líder da UNITA, acabou por nunca se realizar depois do maior partido da oposição ter rejeitado os resultados eleitorais, comprovadamente viciados. Viciação repetida, embora com mais sofisticação, nos passados dias 5 e 6 de Setembro.

E porque o país não está em condições de realizar nos próximos anos eleições presidenciais, creio que a opção de eleger Eduardo dos Santos por via indirecta (pelos deputados) é a melhor solução... democrática.

Aliás, é tão democrática que tendo o MPLA apenas 81,64% dos votos, não se sabe se o Soba será eleito...

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