quarta-feira, novembro 12, 2008

Europa promete relançar a agricultura
para, diz, dar de comer a quem tem fome

A União Europeia decidiu dar "prioridade" (ainda não se sabe bem o que isso significa) ao relançamento da agricultura em África, declarou hoje, em Tunes, Alain Joyandet, secretário de Estado francês para a Cooperação e a Francofonia.

Joyandet, que representava a Presidência da UE na reunião dos ministros africanos das Finanças na Tunísia, anunciou uma "grande conferência internacional" de 8 a 9 de Dezembro, em Paris, para o relançamento da agricultura de viveiro e familiar em África.

"É um projecto de mini-política agrícola comum africana", indicou, evocando o "relançamento de todos os investimentos públicos e parapúblicos para que a agricultura possa avançar de forma sustentável".

Será para dar de comer a quem tem fome? As barrigas vazias (e, Santos Deus, são tantas em África) querem acreditar que sim. Veremos se as espingardas não vão substituir os sacos de sementes.

A conferência será organizada pela Presidência Francesa da UE e reunirá todos os Estados membros para "fazer o inventário das necessidades em infra-estruturas" e encarar "objectivos de produção, produto por produto e região por região", acrescentou.

A teoria está bem articulada. Mas até agora a Europa, neste caso, tem estado mais preocupada em dar o peixe do que em ensinar a pescar. Será agora diferente?

"Será preciso rever em alta o nível de financiamento da ajuda à agricultura" - disse - salientando que os fundos consagrados a este sector representavam 20 por cento da totalidade da ajuda pública ao desenvolvimento há uma dezena de anos, contra 5 a 6 por cento actualmente.

Aí está. Mas o benefício da dúvida deve ser dado. Como diria um outro afro-americano, é preciso acreditar.

O secretário do Estado francês reiterou também o empenho da França de não reduzir os seus financiamentos para a África: "Vamos acrescentar mil milhões de euros suplementares para apoiar o desenvolvimento económico do continente, particularmente a agricultura", prosseguiu.

Quanto será que Portugal vai acrescentar?

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