segunda-feira, novembro 10, 2008

Mohamed Ialá Embaló diz que com ele
os narcotraficantes estariam tramados

O líder do Partido de Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau, Kumba Ialá, ou Mohamed Ialá Embaló, promete prender os narcotraficantes a operar no país e entregá-los à comunidade internacional, caso vença as legislativas de domingo. Quem diria?

“Com a vitória do PRS, a primeira decisão é prender todos os traficantes de droga e entregá-los à comunidade internacional para serem julgados”, afirmou o antigo presidente guineense em entrevista à Lusa, acrescentando que “essa será a responsabilidade do Estado guineense”.

Além disso, numa atitude que sabe ingénua mas que obrigatoriamente teria de fazer, apelou à comunidade internacional para intervir na Guiné-Bissau para “prender as pessoas que põem droga no país”.

Segundo Kumba Ialá, reiterando uma teoria politicamente correcta, o problema do narcotráfico coloca em causa a “saúde pública, o futuro das gerações e a continuidade do Estado da Guiné-Bissau”.

“Nós temos um país essencialmente agrícola, temos o mar que está cheio de pescado (…) por isso não temos interesse em comprar e vender droga”, salientou, não explicando se, com a agricultura pobre e a pesca nas mãos dos estrangeiros, poderá ou não a droga ser uma alternativa.

Sobre o projecto do PRS caso ganhe as legislativas de dia 16, Kumba Ialá afirmou que vai “cultivar as pessoas para aprenderem a democracia”. Esta é boa! Cultivar as pessoas.

“Na nossa política nós rejeitamos a violência. Pautamos sempre a nossa política pelo espírito de paz, de unidade nacional, democracia, tolerância e o diálogo aberto”, sublinhou o líder da segunda maior força política guineense.

“Vamos arrombar com aquilo tudo, porque não temos adversário”, garantiu Ialá, sublinhando, contudo, que a explosão é “pacífica e democrática”... dentro obviamente dos tais parâmetros da cultura, ou será cultivo?, das pessoas.

O presidente do PRS, a viver em Marrocos desde 2005, após a vitória de João Bernardo “Nino” Vieira nas presidenciais, recusou ser o primeiro-ministro guineense, não tendo revelado ainda que vai ser apontado para a chefia do governo caso aquela formação política vença as legislativas.

No próximo domingo, cerca de 550 mil eleitores guineenses votam nas legislativas do país, podendo escolher entre 19 partidos e duas coligações.

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