segunda-feira, janeiro 12, 2009

Caritas comete erro grave ao enviar ajuda
para a RD Congo e não para a Faixa de Gaza

A Caritas Internacional meteu água. Então não é que decidiu hoje enviar ajuda a mais de 10 mil famílias no norte da República Democrática do Congo quando, como todos sabemos, quem mais precisa são as famílias palestinianas?

Que interessa que no Natal os rebeldes ugandenses do Exército de Resistência do Senhor (LRA) tenham massacrado a população?

Para começar o LRA não é constituído por israelitas, além disso é preciso ver que existe uma substancial diferença entre ser massacrado no Congo ou na Faixa de Gaza.

Desde logo porque, ao contrário de Israel, no Congo são pretos e não têm bons hotéis para albergar os jornalistas internacionais.

O porta-voz da Caritas no Congo, Guy-Marin Kamandji, que se encontra na região, declarou que não obstante a presença dos soldados em alguns povoados, muitas pessoas continuam a ter medo de novas violências.

Coitados. Ainda não perceberam que até para se ser notícia quando se morre é preciso ter sorte. Na Faixa de Gaza terão morrido em 18 dias de guerra talvez 300 criança. Mais do que isso morrem todos os dias, e não em 18, no Congo. Mas até nisso os africanos têm pouca sorte.

No passado dia 9 teve início a distribuição de alimentos para 5 mil famílias em Doruma, Faradje, Dungu e Isiro. As pessoas receberão roupas, utensílios para cozinha, baldes de água e uma lona para se protegerem.

Creio, na verdade, que de tal maneira estão habituados a ser gerados com fome, a nascer com fome, e a morrer pouco depois com fome, bem podiam morrer uns dias mais cedo e deixar a ajuda ir para os palestinianos.

Calcula-se que cerca de 150 mil pessoas deixaram as suas casas nos últimos dias para procurar refúgio depois das incursões dos rebeldes, que queimaram os povoados, mataram os moradores e sequestraram crianças para o combate.

Nada disso interessa. O importante é o que a Imprensa mostra: Prédios em escombros, gente morta e ferida. É assim na Faixa de Gaza.

Em África não há prédios em escombros para mostrar (e as cubatas não têm o mesmo impacto mediático), gente morta e ferida é tanta que já deixou de ser notícia.

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