terça-feira, janeiro 06, 2009

EUA dão novo alento à paz em Darfur
(mais vale muito tarde do que nunca)

O presidente dos EUA anunciou ter autorizado a utilização imediata de aparelhos militares norte-americanos para transportar o material necessário para a força internacional de manutenção da paz em Darfur.

Será mesmo possível que George W. Bush esteja a ajudar a resolver o genocídio de Darfur quando o mundo só olha para a Faixa de Gaza?

Dois aviões de transporte militar do tipo C-17 vão transportar cerca de 75 toneladas de veículos militares e de material ruandês de Kigali para o Darfur nas próximas semanas, disse Liz Hibner, porta-voz do Pentágono.

A chegada deste material deve permitir à força de manutenção da paz da ONU e da União Africana em Darfur (Minuad) destacar-se para outras zonas da região, até agora inacessíveis por razões de segurança, disse em comunicado o conselheiro de Bush para a segurança nacional, Stephen Hadley.

Para Bush, que diz ter feito de Darfur uma das grandes causas humanitárias da sua presidência, trata-se incontestavelmente de acelerar o destacamento da Minuad, a 15 dias de abandonar a Casa Branca.

A Minuad, cuja missão principal é proteger as populações civis, foi formalmente criada pelo Conselho de Segurança da ONU em Julho de 2007 e devia contar com um total de 26.000 homens (cerca de 20.000 soldados e 6.000 polícias), o que faria dela uma das mais importantes operações de manutenção da paz da história das Nações Unidas.

Mas, um ano e meio depois da sua criação, apenas 12.000 homens (em 20.000) foram destacados para a componente militar da força até final de Dezembro, revelou o site da Minuad.

De acordo com a Casa Branca, Bush suprimiu um prazo de notificação de quinze dias que a sua administração devia observar em relação ao Congresso de modo que o apoio aéreo possa ser efectivo imediatamente.

"Atrasar esta assistência, nem que fosse duas semanas (...) teria consequências directas no terreno e atrasaria ainda mais qualquer melhoria da segurança para as pessoas deslocadas, os civis do Darfur e os trabalhadores humanitários", disse um responsável da Casa Branca, que pediu o anonimato.

Vá lá. Já é alguma coisa.

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