sexta-feira, janeiro 09, 2009

Quando as afirmações são estúpidas...

Custa-me, nem sempre mas de vez em quando, ver políticos inteligentes fazer afirmações estúpidas. Nem sempre porque, diga-se, cada vez lhes presto menos atenção.

Manuela Ferreira Leite, uma mulher que nos habituou a, por regra, dizer coisas importantes, disse hoje que (cito o Público) “é fundamental que o primeiro-ministro (José Sócrates) esclareça quais os critérios que estão na base da escolha das empresas que ajuda e se as medidas se vão prolongar depois das legislativas”.

Que afirmação mais socretina por parte da líder do PSD. Não foi há muito, foi apenas na segunda-feira passada (ver “
E assim (não) vai o (mau) estado da Nação”), escrevi aqui (onde mais poderia ser?) que José Sócrates afirmou que o Governo iria “salvar as empresas que puder", acrescentando, contudo, que “fiquei sem saber se, como acontece para arranjar emprego, terão de estar próximas do PS”.

Se até eu, um dos poucos cidadãos que perante a crise ainda não aderiu ao PS, sei que para ter ajuda é preciso estar próximo (no mínimo) do partido liderado pelo grande amigo de Hugo Chávez, José Eduardo dos Santos e similares, como é que a líder do PSD vem agora dar a entender que não sabe quais são os critérios?

Segundo a presidente do PSD, José Sócrates está a tomar opções de forma “discricionária”, quando em democracia as ajudas deveriam funcionar de forma clara e “igual para todos”.

Aqui, desculpar-me-á certamente, Ferreira Leite está completamente errada. O seu a seu dono. Em Portugal, sob a administração de José Sócrates, as ajudas funcionam de forma clara e igual para todos... os socialistas, para todos os amigos dos dirigentes socialistas, para todos os familiares dos dirigentes socialistas.

As palavras da dirigente do PSD surgem no mesmo dia em que o “Correio da Manhã” noticia que a crise económica, nos últimos quatro meses, já levou cerca de 20 mil empresas à falência em Portugal, deixando 100 mil trabalhadores no desemprego.

Coisa pouca, como se vê. Importa, contudo, dizer que seria bom que a par de se saber que 20 mil empresas faliram, era igualmente útil conhecer se os empresários, donos ou administradores, dessas falidas empresas também faliram ou se, pelo contrário, foram comemorar as falências para os melhores hotéis das mais luxuosas estâncias turísticas das caraíbas.

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