segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Em vez de despedir Scolari, o Chelsea
não devia ter despedido os jogadores?

No dia 13 de Setembro de 2007 escrevi aqui (Scolari merece mais uma medalha… ) que se Portugal fosse um Estado de Direito, tivesse o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, os tomates no sítio e Luiz Felipe Scolari já teria sido despedido com justa causa e sobre ele impenderia um pedido de indemnização por ofensas graves à honorabilidade de Portugal.

Mas como Portugal não é um Estado de Direito e gente com tomates, bem como com coluna vertebral, é coisa cada vez mais rara, Scolari lá continuou a sua senda em prol da conta bancária.

Vem isto a propósito de Scolari ter sido demitido do Chelsea. "Os resultados e o desempenho da equipa não foram os pretendidos e esta mudança pretende apenas deixar o Chelsea ainda com capacidade para lutar pelos troféus", diz o clube inglês.

Creio que Scolari tem agora todas as razões para pedir uma indemnização a Portugal, pois foi nestas ocidentais praias lusitanas que ele aprendeu, ou solidificou, a ideia de que quando as coisas correm mal a culpa é sempre dos outros.

Scolari tem toda a legitimidade para dizer que em Portugal aprendeu, e continua a aprender, que quando as empresas não atingem os objectivos quem vai para a rua são os trabalhadores e nunca o gestor, administrador ou... treinador.

Scolari bem pode alegar que o Chelsea, em vez de o despedir, deveria ter decretado um despedimento colectivo dos jogadores e, assim, enfrentar a crise.

Mas, ao contrário de Portugal, o Chelsea pensa de outra maneira. Não aceita ser o primeiro dos últimos e, por isso, correu com o principal responsável.

Em Portugal tal não é possível. E não é porque de facto, que não de jure, Portugal é uma república das bananas, onde Luiz Felipe Scolari deu socos, enquanto seleccionador português, aos jogadores da equipa adversária sem que nada lhe acontecesse; onde os donos do país continuam a dar socos aos seus próprios “jogadores” (sem que nada lhe aconteça, obviamente); onde os lacaios dos donos do país continuam a ter de se descalçar para contar até 12 e a assinar documentos com a impressão... digital.

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