domingo, fevereiro 15, 2009

Gentalha capaz de tudo para agradar

Portugal, a começar pelo Governo (o exemplo, creio, deve sempre partir de cima), deve apostar tudo (mesmo que seja pouco o que ainda tem) no primado da competência. Até me revolto com a minha ingenuidade.

Tenho, contudo e quando me lembro do país em que exerço a minha profissão, dúvidas que essa aposta vingue. E tenho porque, para ter efeitos, o exemplo deveria mesmo começar por cima, ou seja, por quem manda.E isso, convenhamos, nunca acontecerá. Ou, na melhor das utopias, acontecerá quando Portugal for um Estado de Direito.

Em Portugal funciona a subserviência e não a competência. Funcionam as ideias de Poder e não o poder das ideias.

Portugal continua a confundir a obra prima do Mestre com a prima (por muito boa que esta seja) do mestre de obras. Promove, ou permite que se promova, todos aqueles que estão sempre de acordo, todos aqueles que para contar até 12 têm de se descalçar. Quanto à competência, esse é um critério selectivo que só está em primeiro lugar quando é preciso despedir.

Os incompetentes proliferam por todos os lados. Mesmo que descobertos nas mais vis latrinas das cunhas e das filiações partidárias (entre outros antros), são guindados para o topo das hierarquias de modo a que, com toda a lata, demitam ou ajudem a demitir os que sabem mais, os que fazem melhor, os competentes.

É assim em quase toda a sociedade portuguesa, nesta altura dominada pelo Partido Socialista com a conivência do Presidente da República e, em muitos casos, com a do Parlamento.

(Quase) tudo está cheio de gentalha capaz de tudo para cumprir o que o chefe manda, capaz de tudo para manter o tachito. E é desses que (quase todos) os patrões (também eles "competente$") gostam. Esses até são capazes de dar o cu e dois tostões para que não lhes tirem o nome da hierarquia da empresa.

Mas, convenhamos, não é com esses que Portugal sairá da cepa torta. Falta é saber se o país quer dela sair. Se não quer, então está no caminho certo e deve acrescentar, logo à cabeça, que só terão lugar no mundo do trabalho todos aqueles que comprovadamente não tenham coluna vertebral.

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