quinta-feira, março 26, 2009

Terão os portugueses direito à indignação?

Provavelmente os portugueses deveriam estar nas ruas a manifestar a sua indignação (creio, embora não tenha a certeza, que ainda têm esse direito) pelo aumento da pobreza, pelo custo de vida, pelo desemprego, pela crise, pela forma como são tratados.

Talvez pudessem até adoptar uma metodologia mais expressiva, saindo à rua, incendiando coisas, partindo outras e por aí fora. É claro que, em democracia (dir-me-ão sobretudo os que não têm os problemas financeiros que atingem a esmagadora maioria dos portugueses) a indignação não se manifesta com violência física.

E se não se manifesta com violência física, fica-se confinado a protestos limitados à urbanidade típica dos que, por força das circunstâncias, comem e calam. Até um dia. Sim, que a paciência dos brandos costumes lusos também tem limites. Aliás, por alguma razão se diz que quanto mais as pessoas se baixam, mais se lhes vê o rabo.

É claro que o primeiro-ministro socialista das ocidentais e cada vez mais pobres praias lusitanas a norte de Marrocos, de seu nome José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, arranja sempre maneiras, prenhes de urbanidade, de desviar as atenções dos aumentos constantes do custo de vida que "roubam" o direito a uma sobrevivência digna, e continua a ter estrategemas para nos atirar fumo para a chipala.

Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa que existam em Portugal pelo menos dois milhões de pobres e que mais de 20% (vinte por cento, vinte em cada cem, uma em cada cinco) de crianças estejam expostas ao risco de pobreza?

Estando o país, ou pelo menos parte dele, de tanga, que importa o facto de, a seguir à Hungria e à República Checa, Portugal ser o país europeu onde as pensões são mais baixas e seriam precisos em média mais de 110 euros por pessoa para fazer face às despesas domésticas básicas, uma realidade que mais uma vez tem maior incidência nas classes sociais mais baixas?

Ao fim e ao cabo, os portugueses são um povo solitário (mais de meio milhão vive sozinho), ingénuo (ainda acreditam em José Sócrates), lixado e mal e pago (bem mais do que 500 mil desempregados).

São e, pelos vistos, assim vão continuar...

1 comentário:

Anónimo disse...

Há imagem acima do Ditador e do menino, a revolta é enorme, quantos meninos morrem de fome em Angola e quantos meninos em Portugal são privados do seu melhor de tudo a que têm direitos inconcussos como crianças, da sua inocência, da sua infância, quantos milhões de Angolanos vivem amordaçados e em medo, quantos milhões de portugueses vivem amordaçados na fronteira entre a vida e o suicídio, o trabalho e a miséria, o medo de perderem o emprego e a exclusão social que depois se advinha.
E em Angola como em Portugal prevalece as ditaduras não escolhidas pelos povos.
Homenzinhos cinzentos, falhos, com propensões a ditadores ricos, a palavra de ordem dada por estes falhos homens, não compensa os povos, mas, e só, os seus grupos.
Enriquecer é a palavra de ordem, mesmo que seja com os dinheiros atribuídos pela UE para Portugal e o seu povo.
Estamos perante casos arbitrários e dramáticos de atentado aos direitos humanos, a escravidão do terceiro milénio, instituida por homens alheios à vontade dos povos.
Que se servem do país e não a bem do país.
Uma actitude tem que ser tomada e contrariar a palavra da ordem destes ditadores. Acordar desta inércia a bem de todos, contra alguns, tem que ser a nossa palavra de ordem.