quarta-feira, maio 13, 2009

“Defender a família e o direito à vida” (II)

Manuel L. Santos pergunta-me, a propósito do texto "Defender a família e o direito à vida", aqui publicado, qual é a minha posição. Vamos a isso, com a frontalidade típica aqui do Alto Hama.

O Movimento "Portugal pro Vida", que hoje formaliza no Tribunal Constitucional o pedido para se transformar num partido político e assim disputar as próximas eleições legislativas, diz-se "contra o bloco central, e contra o bloco da esquerda".

Perante o (mau) estado da política portuguesa, creio que a ideia de ser contra estes blocos poderá ser uma forma de rejuvenescer o espectro político-partidário de um país que está cada vez mais a sul da Europa.

O Movimento diz também que representa "um sim à vida e à família", "mais que um ´não´ ao aborto, eutanásia, pedofilia e ´casamento gay´".

Concordo com um claro sim à vida e à família e, também, com um inequívoco não ao aborto e à pedofilia. Na autanásia tenho (muitas) dúvidas e quanto ao casamento gay penso que cada um é livre, desde que no pleno uso da sua consciência, de fazer o que entender – neste aspecto – da sua vida.

O organismo, liderado por Luís Botelho Ribeiro, docente da Universidade do Minho, em Braga, promete "trabalhar para construir uma nova política que reconheça e recompense o esforço das famílias que, gerando novas vidas, asseguram com sacrifício próprio o futuro de Portugal".

Creio que reconhecer o esforço das famílias, e logo numa altura em que só vinga a “família” política (sobretudo quando ela está no poder), é meritório.

Os promotores do partido, afirmam-se como "um movimento de cidadãos que se estrutura sobre Princípios e Valores fundamentais - como o respeito pela vida humana, pela cidadania e pela transparência democrática - para propor à sociedade portuguesa uma solução de governo socialmente sustentável, norteada pela doutrina social da Igreja".

Por outro lado, penso que a doutrina social da Igreja (seja a católica ou qualquer outra) não serve para nortear seja o que for. Colar a Igreja a esta questão é, na minha opinião, uma forma de afastar as pessoas dos reais objectivos de qualquer partido.

Se cada macaco deve estar no seu galho, este não é necessariamente o galho da Igreja.

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