quinta-feira, maio 21, 2009

Desemprego em Portugal continua em alta(nada que preocupe os donos do poder...)

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Portugal disparou 27,3% em Abril, face ao mesmo mês de 2008, prolongando a subida iniciada em Outubro e representando o acréscimo mais elevado desde Julho de 2003.

Mas nem tudo são más notícias. O desemprego continua e continuará a subir mas, ao mesmo tempo, Portugal é o país mais competitivo do Sul da Europa, segundo o ranking da universidade suíça Institute for Managment Development (IMD), tendo subido três lugares face a 2008 (ver «
Portugal é o + competitivo do Sul da Europa e certamente também o + do Norte de África»).

De acordo com dados divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), os quais se presume serem correctos («
Mais mil, menos mil... pouco interessa»), o número de desempregados inscritos no final do mês passado somava os 491.635, o que significa mais 105.294 inscrições do que em Abril de 2008.

Relativamente a Março, o número de inscritos aumentou 1,5%, resultado de um acréscimo de 7.504 desempregados.

Para o aumento do número de desempregados inscritos nos centros de emprego em relação a Abril de 2008 contribuíram essencialmente as subidas do desemprego entre os homens (43,8%), jovens (32%) e adultos (26,5%).

A procura de um novo emprego justificou o registo de 92,8% dos desempregados, um valor que teve um aumento de 29,2% face ao mês homólogo de 2008, enquanto a procura de primeiro emprego aumentou 6,2%.

Segundo a informação do IEFP, todos os níveis de habilitação escolar apresentaram mais desempregados do que há um ano, com os que possuem os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico a registarem os aumentos percentuais mais elevados, de 36,6 e de 34,5%, respectivamente.

Os desempregados licenciados, por sua vez, totalizaram os 40.544, o que representou um aumento de 13,7% comparativamente a Abril de 2008, assinala o instituto.

O principal motivo de inscrição de desempregados, representando 37,9% das inscrições efectuadas, continua a ser o "fim de trabalho não permanente", seguido do motivo "despedido", com um peso relativo de 20,6%.

1 comentário:

Anónimo disse...

A Globalização, tal como foi concebida, passará o ocidente para segundo plano, sendo ultrapassado pelas as novas superpotências: a China, a Índia... O Ocidente caiu na armadilha que interessava às grandes Companhias que pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no oriente, onde o custo da mão de obra é insignificante para o estabelecimento do preço dos bens produzidos no oriente, em virtude dos baixos salários e da inexistência de quaisquer obrigações sociais, Aparecendo ocasionalmente casos de trabalho infantil e até de escravatura. Porque os bens produzidos se destinavam principalmente à exportação para o ocidente; como o ocidente tem vindo a perder poder de compra, a crise ocidental acaba por tocar também as novas potências orientais. Porém, a crise nesses países é apenas um menor crescimento económico: há poucos anos era de dois dígitos e agora deverá ficar-se por 6 ou 7% ao ano e isso é muito diferente do crescimento negativo a que o ocidente está condenado e sem fim à vista.
Os países ocidentais dizem que seria inevitável (como se o mundo não existisse antes), prometeram aos seus cidadãos que as suas economias se tornariam mais robustas e competitivas (não sei bem como?) e não condicionaram os novos países do oriente ao cumprimento de regras sociais e até ambientais para poderem exportar para o ocidente, tais como aceitar regras ambientais e laborais justas: melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice. Não, o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação sem condições, criando com isso uma concorrência desleal e “selvagem” de que sairá a perder. A única alternativa seria nivelar os salários e os direitos sociais dos ocidentais pelos do oriente. Esse é o reajustamento a que os cidadãos ocidentais assistem neste momento. Como os países do Oriente não estão comprometidos com quaisquer metas de defesa ambiental e as suas tecnologias são altamente poluentes, deixando o ocidente em desvantagem. Enfim, o ocidente ditou a sua própria “sentença de morte”: enquanto algumas empresas não resistem à concorrência e fecham as portas para sempre, outras deslocam-se para a China ou para a Índia para assegurar a sua própria sobrevivência o que já provoca desemprego e o definhar da economia ocidental.Quanto aos trabalhadores, será que depois de terem atingido um razoável nível económico e social vão aceitar trabalhar 10 ou mais horas por dia a troco de um ou dois quilos de arroz por dia, sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc...? Não! por isso o ocidente está já a iniciar um penoso caminhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violentos irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põem à beira do fim dos tempos como consta nos escritos bíblicos. A Segurança Social não poderá suportar o esforço e minimizar os problemas que irão crescer sempre, até porque as receitas serão cada vez mais reduzidas: menos contribuições por parte das empresas como incentivo (inútil) para que fiquem e também menos contribuições dos trabalhadores devido a um maior desemprego. A época áurea do ocidente já é coisa do passado e em breve encher-se-á de grupos de salteadores desesperados, sobrevivendo à custa do saque. Regressaremos a espécie de “Idade Média”, se é que poderei chamar assim: A sociedade passará a ser formada por uns (poucos) muito ricos, alguns por via do crime, que habitarão autênticas fortalezas protegidas por todo o tipo de protecções, e que apenas sairão à rua rodeados por guarda-costas dispostos a matar ou a morrer pelo seu “senhor”; haverá, em simultâneo, uma enorme mole de gente desesperada de mendigos e de salteadores que lutam pela sobrevivência a todo o custo e cuja protecção apenas poderá ser conseguida quando em grupos, pois as ruas serão cada vez mais dominadas por marginais, ficando as polícias confinadas aos seus espaços próprios e reservadas para reprimir as “explosões” sociais
Zé da Burra o Alentejano