domingo, maio 17, 2009

Garganta e banha da cobra com fartura

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, entregou hoje mais um conjunto de diplomas a alunos do programa “Novas Oportunidades”, exortando à continuação dos estudos para “manter os empregos” ou para ter “um novo emprego”.

Mais umas balelas. Basta ver a enorme legião de licenciados que estão no desemprego ou, ainda, quais os critérios seguidos por muitas empresas para listarem os dispensáveis.

“Todos nós sabemos que a melhor forma de ambicionar vir a ter melhor salários, a melhor forma de ambicionar manter o nosso emprego ou de obter um novo emprego, é sem dúvida o investimento em mais qualificações”, afirmou o engenheiro Sócrates, num orgasmo pseudo-intelectual digno de quem gosta de gozar com a chipala dos portugueses de segunda.

O primeiro-ministro falava numa cerimónia de entrega de um conjunto de certificados de competências e habilitações a alunos adultos que recorreram ao programa Novas Oportunidades para concluir o 9º ano ou o 12º ano, na Escola Secundária Eça de Queirós, Lisboa.

O primeiro-ministro das ocidentais praias lusitanas elogiou os que “reconheceram o falhanço” e decidiram “ter coragem” para voltar à escola muitos anos depois. Pena é que José Sócrates não reconheça também o seu próprio falhanço e tenha a coragem de instituir o primado da competência, independentemente da filiação partidária (leia-se socialista).

“Sei bem o que significa alguém reconhecer socialmente, perante a família e os amigos que afinal de contas precisa de regressar à escola. Para se defender melhor, para ter melhor emprego e melhor ambição”, disse Sócrates, não aqulitando de saber, como é seu timbre, que falar de emprego e ambição não significa emprego.

Declarando-se com “um nó na garganta” depois de ouvir os “testemunhos emotivos” de alguns alunos, José Sócrates considerou também que “a melhor forma de combater as desigualdades em Portugal é fazer com que o programa tenha sucesso”, já que, “as diferenças sociais no país estão relacionadas com as qualificações”.

Garganta todos os portugueses de segunda (os que pensam pela própria cabeça) sabem que Sócrates tem. Já essa do nó, não cola. E não cola porque todos começam a saber que com tão larga garganta não há nó que resista.

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