sexta-feira, junho 19, 2009

42 milhões de refugiados em todo o mundo

O secretário-geral da ONU pediu hoje compromissos firmes e solidários à comunidade internacional, em altura de crise internacional, para responder às carências dos mais de 42 milhões de refugiados em todo o mundo.

Na sua mensagem sobre o Dia Mundial dos Refugiados, que se assinala sábado, Ban Ki-moon salienta que os refugiados e as suas famílias são "especialmente vulneráveis às graves consequências da crise económica mundial em curso".

"Isto é particularmente verdade numa altura em que a crise económica contribui para a redução dos orçamentos da assistência humanitária e da ajuda ao desenvolvimento", salienta na mensagem.

"Há necessidades essenciais que não são plenamente satisfeitas: habitação, serviços de saúde, educação, alimentação, água potável, saneamento e protecção contra a violência e maus-tratos", considera Ban Ki-moon, realçando ainda que "as taxas de mal nutrição e de mortalidade são, com frequência, mais elevadas entre as populações deslocadas".

Para Ban Ki-moon, "a resposta a estas e muitas outras carências exigirá compromissos firmes e uma acção determinada, assente na solidariedade".

O secretário-geral da ONU destaca que, neste cenário, as mulheres solteiras e as raparigas são especialmente ameaçadas por diversas formas de exploração e que a "experiência mostra que uma escolaridade prolongada ajuda a reduzir esse risco".

"São necessários mais recursos para construir e manter estabelecimentos de ensino para os refugiados", apelou.

Para este ano, o ACNUR escolheu o tema "Pessoas Reais, Necessidades Reais" e pretende salientar "tudo o que os refugiados perderam - incluindo o seu país - e aquilo que a comunidade deve fazer para os ajudar".

Quinta-feira à noite, em Washington, Angelina Jolie, embaixadora da ONU para os Refugiados, apareceu ao lado do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres (foto), para pedir ao mundo que não considere como um fardo as milhares de vítimas de conflitos em todo o mundo, mas antes reconheça o seu potencial.

Os refugiados "são os sobreviventes. E podem trazer essas qualidades para o serviço das suas comunidades e dos países que os abrigarem", disse Jolie.

António Guterres falou das crescentes dificuldades e perigos enfrentados no mundo pelos mais de 42 milhões de refugiados e por aqueles que tentam ajudá-los.

O ex-primeiro-ministro português considerou ser particularmente complicado para o pessoal humanitário deslocar-se no terreno e, para os refugiados, ultrapassar as fronteiras dos Estados, o que faz com que seja "mais difícil e mais difícil para o ACNUR aceder a eles".

"É difícil equilibrar a soberania dos Estados com a soberania do ser humano", disse Guterres salientando que também o "pessoal humanitário está a tornar-se cada vez mais um alvo", o que apresenta o dilema de como equilibrar "as necessidades urgentes de civis inocentes e garantir a segurança das pessoas a tentar ajudá-los".

O Dia Mundial dos Refugiados será assinalado com um concerto em Washington e outro de refugiados curdos no Norte do Iraque, um jogo de futebol na Austrália entre refugiados e um festival de cinema no Japão.

O "site" www.refugeedaylive.org transmitirá sábado, entre as 14:00 e as 02:00 TMG (15:00 e 03:00 de domingo em Lisboa), imagens ao vivo do Iraque, do Paquistão, de um campo de refugiados em África e de um acampamento para deslocados na Colômbia.

Fonte: Lusa

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