domingo, junho 14, 2009

Cabindas estão de armas na mão
à espera de uma solução política

A guerrilha em Cabinda vai fazendo o que pode, procurando que as forças ocupantes (Angola), bem como a comunidade internacional percebam que é preciso arranjar uma solução política.

Portugal, o principal responsável pela situação, nomeadamente pela doação de Cabinda a Angola, parece ser um dos alvos preferenciais da guerrilha, se bem que até agora pouco tenha sofrido.

Após a operação de 20 de Abril junto ao cemitério da aldeia de Chimbenza I que, segundo a resistência, causou a morte de cinco soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA), o comandante da guerrilha afirma que as acções militares da resistência prosseguiram até Tando Zinde, nos arredores da cidade de Cabinda causado a morte de 12 militares angolanos e ferindo sete.

Como é habitual, a força ocupante reagiu e os militares de Angola prenderam vários habitantes das localidades periféricas onde ocorreram as operações, Chimbenza I e II e Bolanto, na região Necuto, sendo transferidos para os centros penitenciários do Dinje e Yabi.

Segundo a PNN, Portuguese News Network, a resistência pretende desmentir as declarações do ministro angolano sem pasta António Bento Bembe quando afirma que “já não há guerra em Cabinda”, e ameaça que “a guerra vai prosseguir até o Governo angolano aceitar negociar”.

Para o comandante da guerrilha, “todos os estrangeiros que se encontrem em áreas operativas estão ameaçados em Cabinda, e são considerados inimigos da guerrilha todos que se manifestam cúmplices das posições de Bento Bembe”.

No entanto, acrescenta o comandante, “os portugueses são os principais alvos porque Portugal não respeitou os compromissos estabelecidos com a guerrilha quando foram libertados os reféns da empresa Mota & Companhia e agora tem de assumir as consequências”.

Seguindo uma nova estratégia militar a resistência cabinda reforçou a sua capacidade operativa na zona sul do território com um “comando especial autónomo, em constante mobilidade, composto por 23 combatentes” chefiado pelo comandante Kimbango que depende do Chefe de Estado Maior, Estanislau Boma.

O aumento das acções da resistência, o perigo de ocorrerem acções no centro da capital, e as ameaças contra os estrangeiros acusados de “colaboração com o Governo”, levou até o general Furtado, chefe do Estado Maior General das FAA, a deslocar-se precipitadamente a Cabinda a fim de tentar compreender a situação no terreno e dar instruções para o reforço das unidades das FAA.

Após o ataque aos expatriados chineses que terá causado a morte de um trabalhador, ferindo dois, onde também morreram sete soldados angolanos que efectuavam a escolta aos camiões da empresa chinesa, a insegurança instalou-se junto dos trabalhadores estrangeiros em Cabinda.

Entretanto, a resistência está apostada em mostrar até ao Mundial de futebol de 2010 que a guerra em Cabinda está para durar.

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