segunda-feira, junho 29, 2009

Em África foram mortos em 40 anos
nada mais do que 31 chefes de Estado

Até agora (sim, até agora), 31 chefes de Estado africanos foram assassinados em menos de 40 anos depois das independências dos seus países.

De acordo com o presidente da Comissão da União Africana (UA), Jean Ping, é uma "evolução política regressiva preocupante e que exige uma resposta coerente por parte das instâncias competentes da UA".

O assassinato do Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira a 2 de Março último, foi o último desta longa lista horrível de chefes de Estado mortos no exercício das suas funções.

Além disso, ainda existem muitos outros focos de instabilidade. O presidente da Comissão da UA evoca igualmente a crise em Madagáscar, que se tornou em Março passado numa situação anticonstitucional. Este país está actualmente suspenso de todas as actividades da UA.

Pelo contrário, na Mauritânia o processo de saída de crise consensual acaba de desembocar com a assinatura sexta-feira passada pelo Presidente derrubado, Sidi Mohamed Ould Cheikh Abdallahi, do decreto que nomeia o Governo de transição que conduzirá o país às eleições de 18 de Julho.

Relativamente à Guiné-Conakry, Jean Ping sublinhou a preocupação do Grupo de Contacto Internacional face às incertezas na condução da transição e aos poucos progressos realizados no cronograma aceite pelas partes para o restabelecimento da ordem constitucional e a organização de eleições em 2009.

O presidente da Comissão da União Africana notou também que os recentes desenvolvimentos em redor da Constituição do Níger "não podem deixar de preocupar a UA a respeito dos riscos de derrapagens eventuais".

O Presidente nigerino, Mamadou Tanja, quer alterar a Constituição para disputar um terceiro mandato à frente do país, situação denunciada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que lançou um apelo às autoridades locais para velar pelo respeito da Lei Constitucional e do Estado de Direito.

Relativamente à Somália, o presidente da Comissão da UA indicou que "os últimos desenvolvimentos são preocupantes porque tendem a prejudicar o processo de reconciliação e a estabilidade regional".



Quanto à situação em Darfur, no oeste do Sudão, Jean Ping sublinhou que ainda há muito a fazer para "restaurar a paz e a segurança nesta região mortífera", mas acrescentou que a acção da missão híbrida das Nações Unidas e da União Africana começa a gerar os seus frutos.

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