quarta-feira, junho 24, 2009

Kalashnikov, droga e corrupção juntam-se
para dar a estocada final na Guiné-Bissau!

O narcotráfico é uma das causas da violência e da instabilidade políticas na Guiné-Bissau, considerou António Maria Costa, director executivo do Escritório das Nações Unidas sobre a Droga e o Crime (UNODC), no relatório anual, apresentado hoje em Washington.

"Enquanto persistir a procura de droga, os países fracos serão sempre alvo dos traficantes. Se a Europa pretende na verdade ajudar África, deveria refrear o seu apetite pela cocaína", destacou António Maria Costa, de nacionalidade italiana.

O relatório destaca que em vários países africanos, os traficantes utilizaram "elevadas somas de dinheiro para corromper importantes agentes políticos e militares, bem como funcionários de organismos de combate à droga".

No caso da Guiné-Bissau, o documento recorda os casos do desaparecimento de elevadas apreensões de droga e a fuga, sem qualquer explicação, de narcotraficantes.

"Na Guiné-Bissau houve falta de comunicação entre a polícia e os militares acerca da busca de um avião, que se viria depois a relacionar com o tráfico de cocaína", lê-se no documento.

Ao longo das 314 páginas do relatório, surgem também referências a Cabo Verde, considerado a par da Guiné-Bissau, e em conjunto com a República da Guiné, Mali, Gana, Benim, Togo, Gambia e Nigéria, como um dos países mais importantes que serviram de placa giratória para o tráfico de cocaína, em 2007.

A este respeito, o relatório salienta que entre as detenções efectuadas em Portugal, em 2007, relacionadas com o narcotráfico, a maior parte dos detidos são de nacionalidade cabo-verdiana (52 por cento) e guineense (12 por cento).

Outras nacionalidades referenciadas são a venezuelana (10 por cento), espanhola e brasileira (oito por cento cada), angolana (cinco por cento), holandesa (três por cento) e britânica (dois por cento).

O documento, intitulado "Relatório Mundial sobre a Droga 2009", evidencia os laços existentes entre o narcotráfico e o crime, e acentua que os mercados de opiáceos, cocaína e "cannabis" têm vindo a perder importância, cedendo lugar às drogas sintéticas.

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