sexta-feira, junho 26, 2009

O Zimbabué continua igual ao seu guia

O governo do Zimbabué é responsável por uma série de violações dos direitos humanos na zona diamantífera de Marange, que incluem tortura, trabalhos forçados e 200 assassínios, acusa hoje a organização Human Rights Watch.

Será possível? Não, não creio. Robert Mugabe e a suas organização nunca permitiriam tal coisa. Nunca permitiriam, esclareço, que esses casos fossem conhecidos.

Num relatório de 62 páginas hoje divulgado em Joanesburgo, a organização defensora dos direitos humanos afirma que a polícia e o exército zimbabueanos "transformaram aquela pacífica área num pesadelo sem lei nem ordem, numa horrível violência".

"Alguns dos rendimentos dos campos têm sido canalizados para altos quadros da Zanu-Frente Patriótica (o partido de Robert Mugabe), que faz agora parte de um governo de unidade que necessita urgentemente de fundos para fazer face à terrível crise económica em que o país está mergulhado", refere a dado passo o relatório.

A Human Rights Watch garante que, sob controlo militar, centenas de crianças e adultos foram sujeitos a trabalhos forçados ao serviço de grupos criminosos que mineram na zona de Marange e que os soldados agridem e torturam frequentemente os aldeões a quem acusam de apoiar operações mineiras ilegais fora do controlo das forças armadas.

"Com a cumplicidade da Zanu-FP, a zona de Marange tornou-se uma zona sem lei, onde impera a impunidade, um microcosmos de caos e desespero que actualmente prevalece no Zimbabué", salienta o documento da Human Rights Watch.

O vice-ministro zimbabueano das Minas, Murisi Zwaizwai, disse quinta-feira na Namíbia, no decorrer de uma reunião dedicada ao Processo de Kimberley, que, "ao contrário das acusações dirigidas contra o seu partido e governo, ninguém foi morto durante uma operação recente em Marange, onde 30 mil pessoas afluíram a uma jazida aluvial, destinada a repor a lei e a ordem na região".

Zwaizwai garantiu que o seu executivo ordenou a operação policial com o objectivo de "restaurar a sanidade e a ordem" naquela zona diamantífera.

Mas para a Human Rights Watch, o tráfico ilícito de diamantes no Zimbabué não foi interrompido.

"Ele continua a florescer agora com os militares a controlá-lo em larga medida. E da mesma forma, as violações dos direitos humanos continuam a verificar-se", garante a organização.

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