terça-feira, junho 23, 2009

Só falta reintegrar os militares do MPLA...

A Organização Não Governamental (ONG) “Luz da Solidariedade” entregou 1850 quilogramas de feijão-frade, 1650 quilos de sementes de milho e 100 charruas de tracção animal, a 100 antigos combatentes, veteranos de guerra e guerrilheiros do MPLA da província do Kuando Kubango.

Segundo o secretário executivo da ONG, Emanuel Dias, o objectivo é aumentar a produção e fomentar a actividade agrícola, para garantir o combate à fome e à pobreza.

Emanuel Dias garantiu que a acção vai continuar nos próximos dias, tendo em conta as prioridades traçadas para o efeito, uma vez que a direcção provincial dos antigos combatentes e veteranos da pátria controla mais de doze mil pessoas.

O director provincial dos antigos combatentes e veteranos de guerra, Armando Kamaia, agradeceu o gesto de solidariedade da ONG, considerando que o mesmo vai permitir que os beneficiários se juntem aos esforços de de fomento da agricultura na região.

No passado dia 27 de Maio, também o governador da província do Huambo, Albino Malungo, garantiu apoio habitacional e agrícola para os antigos guerrilheiros do MPLA, por forma a "dignificar e reintegrar condignamente aqueles que contribuíram na luta pela conquista da Independência Nacional".

Na minha ingenuidade sempre pensei que na guerra civil angolana havia duas partes, ambas constituídas por angolanos.

Afinal não. Acabada essa guerra, os apoios oficiais têm todos um só destino, os militares que usavam a farda do MPLA.

Devo, por isso, concluir que os adversários do MPLA, a UNITA, foram todos dizimados ou, ainda, que ao contrário dos pobres militares do MPLA os da UNITA foram todos reintegrados, não precisando de qualquer tipo de ajuda.

1 comentário:

Anónimo disse...

O MPLA E A HARMONIZAÇÃO COM O FUTURO

Do ponto de vista de carácter intelectual qual a força que o MPLA da segunda geração representa face ao anterior do ponto de vista do capital intelectual?
De que forma a força motriz intelectualizada, para poder ter uma certa representatividade e integração plena na hierarquia científica, produtiva, terciária, secundária e governativa deverá proceder?
Com o tempo esta geração será cada vez mais diminuta.
Esta integração plena e contribuição a semelhança de uma rede de ligação com a geração dos descendentes do maqui para revalorizar, incrementar, desenvolver, perpetuar a mensagem e os valores do passado recriados numa visão pró-activa na criação de novos valores para fazer frente aos desafios.
Delinear a melhor forma de reestruturar, melhorar, consolidar e fomentar competências na preservação e estimulação de recursos e manutenção de valores conquistados.
A integração de novos valores não implica a destruição ou aniquilamento dos valores herdados arduamente construídos sob o signo da modernização.
Não devemos deixar emergir de forma espontânea e promíscuo o desejo de mudança fácil e abrupto.
O projecto de cidadania tem que comportar o respeito pela preservação de uma identidade.
Por mais complexa ou tradicional, os actores reformistas terão que manter uma postura séria, coerente e pró-activa independentemente das novas motivações e arranjos institucionais que se pretendem introduzir nas novas culturas organizacionais.
O MPLA tem a responsabilidade de capacitar os descendentes de milhares de antigos combatentes por uma questão de honra e compromisso face ao passado.
Devemos fomentar o respeito e valorização contínua das conquistas que representam marcos históricos.
O tempo deve afigurar-se como estimulador e fonte de criatividade institucional.
A recriação dos valores deverá ser uma constante e não motivo de aniquilamento natural.
O fenómeno de integração de novos valores culturais, tanto organizacionais e sociais deveriam ser bem optimizados e enquadrados para não provocar descontrolos.
De que forma o testemunho para as próximas gerações será legado?
De que forma os gurus do MPLA farão essa transferência?
Será que os filhos saberão executar os ensinamentos sabiamente transmitidos para que a transição seja harmoniosa?
Como será a descodificação de tudo isto?
O futuro mais longínquo depende do presente e misteriosamente do passado gradualmente por descodificar.
O MPLA é um só ,com uma complexidade interna própria de uma estrutura dinâmica e de auto-regeneração ,agilidade de pensamento , grande pragmatismo e interactivo.
A fonte de pensamento tem motivos para ser distintiva porque possui modos próprios com certa ancestralidade invulgar, com tendências adaptativas, regeneradoras sempre com pendor de equilíbrio geoestratégico.
Uma das preocupações centrais do MPLA deverá ser cumprir, respeitar a dignidade, respeitabilidade de todos sobreviventes do nacionalismo Angolano numa dimensão do universo civilizacional sempre dentro do espírito vivo.
ESCRITO POR:
AYRES GUERRA AZANCOT DE MENEZES