quinta-feira, julho 16, 2009

A saúde em Angola está muito doente
(sempre para os mesmos - os pobres)

O carismático Frei João Domingos questiona, segundo o Apostalado, a razão da existência do serviço público de saúde em Angola, em função dos tristes acontecimentos que se sucedem nos hospitais angolanos, nos últimos tempos.

De acordo com o prelado, que falava numa missa, no Seminário Maior de Luanda, o que se assiste na comunicação social é apenas a ponta do iceberg.

“Estamos a assistir a muitos casos que a comunicação social trás para fora. De gente que morre por falta de cuidado, por falta de quem cuide dela. É a mesma coisa, o meu povo morre de fome, não há quem parta o pão. Os meus doentes morrem, porque não há quem os trate, quem os receba, quem os cuide…”, afirmou o prelado num grito de revolta.

Destas mortes - disse – “só algumas é que vêem cá para fora”. Mas, interroga-se, “ quantas mortes acontecem sem virem cá para fora? Quantas crianças não morrem neste país, logo na maternidade?”

Segundo o sacerdote, muitas destas mortes poderiam ser evitadas com mais cuidado da parte dos profissionais de saúde, abandonado o desleixo em favor da abnegação, justiça e amor ao próximo.

Uma conduta que o frei diz não justificar o investimento que o país está a fazer no domínio da saúde. O país está a investir muito dinheiro na saúde. “Mas, se não há cuidado das pessoas que lá trabalham, o que adianta?”

Pois é. Em termos de mortalidade infantil, Moçambique é o terceiro país com maior índice (128 por 1.000), apenas atrás da Serra Leoa (146/1.000) e do Malaui (130/1.000). A Guiné-Bissau surge em quinto (121/1.000) e Angola em oitavo (118/1.000).Cabo Verde tem uma taxa de mortalidade infantil de 50 por cada mil nascimentos.


Em relação à esperança de vida à nascença, Moçambique ocupa o segundo lugar no "ranking" negativo, com 37,3 anos para os homens e 38,6 para as mulheres. Guiné-Bissau e Angola situam-se entre os últimos 10 a 20, com uma esperança de vida, respectivamente, de 44 anos e 44,5 para os homens e 46,9 e 47,1 anos para as mulheres, abaixo da média dos países menos avançados (50,6 anos para os homens e 52,2 para as mulheres).

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