terça-feira, agosto 04, 2009

Assim (também) se vê que o PSD não vai lá

Em Portugal, Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas estão fora da lista de candidatos a deputados pelo PSD por Vila Real e Santarém, respectivamente. A decisão foi comunicada esta tarde pela líder dos social-democratas, Manuela Ferreira Leite.

A líder do PSD comunicou hoje à distrital de Vila Real que recusa a inclusão do nome de Pedro Passos Coelho na lista de candidatos a deputados, alegando «razões pessoais» para a decisão.

Tem esse e, como gosta de dizer, outros direitos. Até mesmo o de confundir o bem do partido com as quezílias pessoais e com o travo, reconheço doce, de tal como José Sócrates querer ser dona da verdade.

Em igual circunstância está Miguel Relvas, um dos maiores apoiantes de Passos Coelho, que também ficou de fora da lista do PSD às legislativas por Santarém.

De acordo com a Lusa, Manuela Ferreira Leite avançou com o nome de Montalvão Machado para encabeçar a lista dos sociais-democratas em Vila Real e Pacheco Pereira será o cabeça de lista por Santarém.

Por outras palavras, não vai ser o PS a ganhar as eleições mas, isso sim, o PSD a perdê-las.

Em Abril de 2008, o líder do PSD-Porto, Marco António Costa, dizia que a maioria dos militantes e dirigentes do Porto acreditava que Pedro Passos Coelho era o melhor candidato a líder do partido. Será que mantém a posição? Isso é que era bom...

A minha opinião, é claro, não conta para este campeonato onde a escolha dos candidatos a deputados, no partido que é o primeiro dos últimos, deverá ser feita, como é tradição, entre os militantes do sistema. Convenhamos que, afinal (e basta ver o exemplo do PS) o que dá é ser do sistema, estar com o sistema, apoiar o sistema.

E se for assim, com candidatos da máquina que afasta o eleitorado do PSD, que ajuda a afastar os portugueses da política, que contribui para a manutenção do poder nas mãos de José Sócrates, será difícil alterar o (mau) estado das coisas.

Diferente, e por isso condenado ao insucesso, parece-me ser Pedro Passos Coelho. Recorde-se que quando lutou pela liderança do PSD apresentou um programa estratégico aberto para ser desenvolvido com os cidadãos, tendo como "objectivo juntar as pessoas à volta das linhas estratégicas, envolver para gerar motivação e combater o distanciamento entre a política e a sociedade civil".

É claro que Pedro Passos Coelho tinha e tem razão. É claro que quem teria a ganhar seriam os portugueses.

Se eu fosse militante do PSD teria votado em Pedro Passos Coelho. Tudo porque, digo eu, acredito nos homens que põem o poder das ideias acima das ideias de poder. E Pedro Passos Coelho tem essa característica.

Creio, contudo, que na corrida aos tachos do partido, Pedro Passos Coelho já não deve ter o apoio de Marco António Costa, ou de Agostinho Branquinho que – na altura das eleições para a liderança do PSD – disse de Passos Coelho: "Penso seres portador de uma mensagem de esperança tão necessária para a galvanização do PSD na conquista da confiança dos portugueses, no próximo ciclo eleitoral".

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