domingo, agosto 02, 2009

Sanhá sabe (ainda bem!) que Angola
é decisiva para dar um rumo à Guiné

O futuro chefe de Estado da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, viajou hoje para Luanda para convidar pessoalmente o Presidente (embora só semi-eleito) José Eduardo dos Santos para a sua tomada de posse, a 8 de Setembro.

Malam Bacai Sanhá "viajou hoje para Luanda e de Angola segue para Cabo Verde", disse à Lusa uma fonte do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Segundo a mesma fonte, durante a deslocação a Angola e Cabo Verde, Malam Bacai Sanhá vai convidar os presidentes daqueles países para a sua tomada de posse e falar sobre a actual situação na Guiné-Bissau.

Mais do que Cabo Verde, Angola pode desempenhar, para o bem e para o mal, um papel decisivo na Guiné-Bissau. Para além das afinidades políticas entre o MPLA e o PAIGC, Luanda protagoniza com toda a sua capacidade económica mas sobretudo militar um papel decisivo.

Neste contexto, a comunidade internacional (onde por mera simpatia formal se pode incluir a CPLP) pode servir para abrir os cordões à bolsa para os habituais e sucessivos apoios financeiros, enquanto Angola deverá servir para pôr ordem, e em ordem, as forças de (in)segurança guineenses.

Não sei, e recordo-me do que se passou com Nino Vieira, se é isso que os guineenses querem, mas creio que será isso que Malam Bacai Sanhá deseja, desde logo porque é mesmo preciso pôr ordem no país. E, convenhamos, ninguém está melhor posicionado do que Angola.

A deslocação, ontem, de Malam Bacai Sanhá a Dacar, capital do Senegal, e Banjul, capital da Gâmbia, para falar com as autoridades daqueles países revela igualmente a forma racional como o novo presidente encara o futuro da Guiné-Bissau.

O futuro chefe de Estado da Guiné-Bissau, eleito a 26 de Julho, toma posse a 8 de Setembro, numa cerimónia que vai decorrer no parlamento do país.

Embora seja repetitivo, continua a fazer sentido recordar que a Guiné-Bissau realizou eleições presidenciais antecipadas após o assassínio do Presidente "Nino" Vieira, a 2 de Março, horas depois de o chefe das Forças Armadas ter sido morto num ataque à bomba.

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