quarta-feira, setembro 09, 2009

Generais incómodos também se abatem

A vida de Fernando Miala está por um fio. O ex-chefe dos Serviços de Inteligência Externa de Angola (SIE) foi internado hoje numa clínica de Luanda, após lhe ter sido administrada uma dose alegadamente excessiva de medicamento contra o paludismo.

Segundo uma fonte citada pela Lusa, "os médicos confirmaram que estava com paludismo e receitaram-lhe um anti-palúdico que lhe causou uma disenteria descontrolada, por isso teve de ser transferido de emergência para uma dependência da clínica da Endiama, no Benfica".

Além do paludismo, Fernando Miala sofre de pneumonia, em estado avançado, a carecer de tratamento urgente. "Foram feitas várias análises, algumas foram enviadas para o exterior para saber que estragos mais terá causado esse medicamento", referiu a fonte.

A antiga direcção do SIE foi acusada de 12 graves violações, tendo Fernando Garcia Miala sido acusado de ter conduzido o serviço "à margem do Presidente da República" além de ter "usurpado competências" de José Eduardo Santos.

O general foi condenado a quatro anos de prisão por desobediência. Já cumpriu metade da pena, mas até agora não foi posto em liberdade, como aconteceu com três dos seus colaboradores condenados no mesmo processo.

O antigo chefe dos Serviços de Inteligência Externa foi condenado em Setembro de 2007, pelo Tribunal Militar Supremo de Angola.


Ao que parece, só morto Fernando Miala dará descanso aos seus algozes, desde logo porque o dono do país, José Eduardo dos Santos, nunca perdoou ao general a sua crescente popularidade. E, como mandam os ditames da “democracia” angolana, ninguém pode ser mais popular do que o dono do reino.

Popularidade nascida com a Fundação Criança Futuro que, com o empresário Valentim Amões , Fernando Miala patrocinava.

Numa carta anónima que circulou em Luanda, os responsáveis do projecto “Criança Futuro” foram ameaçados de morte. No dia 19 de Janeiro de 2008, no Huambo, o avião em que viajava Valentim Amões caiu e ele morreu...

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