quinta-feira, setembro 03, 2009

Sócrates um, jornalismo zero, TVI menos um

Manuela Moura Guedes confirmou hoje ao Público a demissão da direcção de informação da TVI (Portugal) depois da suspensão do Jornal Nacional que apresentava e coordenava e que amanhã regressava depois de um período de férias.

Moura Guedes revelou que tem pronta uma peça com notícias novas sobre o caso Freeport, feita por uma jornalista da sua equipa. “Temos pronta uma peça sobre o Freeport, com dados novos e, como sempre, documentados”, disse a jornalista, recusando-se a fazer mais comentários.

A direcção de informação da TVI anunciou, segundo o Público, por volta das 13 horas, a sua demissão em bloco devido à suspensão do Jornal Nacional de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.

Ao que o Público apurou, a decisão da administração de suspender o Jornal Nacional veio de Espanha, sede da Prisa, proprietária da TVI, e foi comunicada à direcção de informação e fundamentada por razões económicas, em consequência de uma reestruturação em curso.

Por discordar da decisão, a direcção de informação, composta por João Maia Abreu, Mário Moura e Manuela Moura Guedes, decidiu apresentar a sua demissão, o mesmo acontecendo com a chefia de redacção, composta por António Prata e Maria João Figueiredo. Há cerca de uma hora, a direcção de informação comunicou a sua decisão na reunião de editores.

Finalmente, via país do seu amigo Zapatero, José Sócrates, primeiro-ministro e secretário-geral do PS, conseguiu mais uma decisiva vitória. E assim está quase tudo dentro da regra de ouro que instituiu no reino e que diz que a liberdade dos jornalistas tem de acabar onde começa a sua, embora a sua não tenha limites.


Por alguma razão, há já bastante tempo, António Barreto disse que José Sócrates “não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação”.

António Barreto acrescentou ainda, de forma lapidar, que “o primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas”.

Habituado a que os trabalhadores das redacções dos órgãos de comunicação social (Jornalistas são outra coisa substancialmente diferente) lhe vão comer à mão, Sócrates não consegue conviver quer com a liberdade de expressão quer com o contraditório.

É por isso que se dá bem com a sua própria sombra, bem como com outras sombras que com ele estão sempre de acordo. Sócrates prefere ser assassinado pelo elogio do que salvo pela crítica. É um direito que lhe assiste. O problema está que quer transformar o país num amontoado de acéfalos e invertebrados portadores do cartão de militante do PS.

Quer e pelos vistos está mesmo a conseguir.

1 comentário:

Anónimo disse...

António Barreto disse também, que Sócrates se desfez de todos os socialistas dignos, arrumou com eles...
Vai bonito este país à beira mar plantado.
O botas vai destruir tudo. Começou pela parte mais importante na Democracia... a informação fiável (?!) e transparente!
Isto é um castelo de cartas, construído na atmosfera...
Mas deixe lá que o PSD não fica atrás... está tudo ao dispor do bloco central.
Estamos feitos!