quarta-feira, outubro 21, 2009

Ricos cada vez mais ricos,
pobres cada vez mais pobres

Angola e o Brasil são os países lusófonos com maior fosso entre ricos e pobres, segundo o relatório de Desenvolvimento Humano 2009 das Nações Unidas.

Nada de novo, apesar das tentativas sobretudo de Luanda em querer branquear uma realidade cada vez mais visível. Pelos vistos só o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe (
ONU teima em gozar com a chipala dos 70% de angolanos que todos os dias passam fome), não vê que em Angola os poucos que têm milhões continuam a ter mais milhões, e os milhões que têm pouco continuam a ter cada vez menos.

De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), numa escala de 0 a 100, Angola apresenta um índice de desigualdade entre ricos e pobres de 58,6, os mais pobres têm uma taxa de consumo de 0,6 por cento enquanto a dos ricos é de 44,7 por cento.

Logo a seguir a Angola vem o Brasil com um índice de desigualdade de 55 e uma diferença entre as taxas de consumo de pobres e ricos de 41,9 por cento. Os pobres apresentam uma taxa de consumo de 1,1 e os ricos 43 por cento, tendo-se verificado uma subida de dois pontos relativamente a 2008.

Cabo Verde é o terceiro país lusófono com o maior fosse social, com 50,5 pontos no índice de desigualdade. Os mais pobres têm uma taxa de consumo de 1,9 por cento e os mais ricos de 40,6.

Já Moçambique, que surge na lista a seguir a Cabo Verde, apresenta-se com uma desigualdade de 47,1, seguido de Timor-Leste e por fim da Guiné-Bissau, sendo este o país que apresenta menor fosso social. Relativamente a São Tomé e Príncipe, não consta no relatório por não existirem dados disponíveis.

Por tudo isto se percebe a razão pela qual os altos dirigentes daquela coisa a que deram o nome da Comunidade de Países de Língua Portuguesa continuam, calma e solenemente, a ter várias refeições por dia.

Além disso, tal como aconteceu em relação à liberdade de imprensa onde Portugal igualou a Costa Rica e o Mali, caindo 14 lugares (de 16º para 30º), não tardará muito para que o reino lusitano também apareça “bem” colocado quanto ao fosso entre ricos e pobres.

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