terça-feira, dezembro 08, 2009

Mundo lusófono, e não só, rende-se ao todo
poderoso (viva o petróleo) soba de Angola

O partido no poder em Moçambique também desde a independência, FRELIMO, enalteceu hoje, em Luanda, a governação do MPLA em Angola no combate à pobreza, com a criação de melhores condições de vida para os angolanos.

É mesmo para rir, tal como nos tempos em que Rosa Coutinho e acéfalos similares entregam de bandeja o poder aos partidos correligionários, o MPLA no caso de Angola e a FRELIMO em Moçambique.

Numa mensagem de saudação aos participantes no VI Congresso do MPLA, lida pela vice-chefe da bancada parlamentar da FRELIMO, Margarida Talapa, refere-se que Moçambique está seguro da saída do evento de decisões que vão contribuir para o desenvolvimento socioeconómico e cultural de Angola.

Sim. Já agora. Depois de 34 anos de poder absoluto, de sete de paz igualmente absoluta e após a morte do único responsável por todos os males do país (Jonas Savimbi), eis que o MPLA promete fazer, tal como a FRELIMO, o que não fez até agora e o que certamente não fará nas próximas décadas.

Além disso, Margarida Talapa manifestou-se convicta de que no congresso sairão estratégias para o seu candidato às próximas eleições, a fim de dar seguimento ao programa em curso do partido para a construção de uma Angola una e próspera.

Nesta matéria, reconheça-se, a FRELIMO está muito à frente do MPLA. Já teve, tal como Moçambique, líderes que voluntariamente sairan de cena. Em Angola é diferente, muito diferente. Infelizmente.

Segundo a mensagem, o MPLA e a FRELIMO sempre se identificaram nos ideais com os seus povos e isto levou-os sempre a partilhar experiências, unidos pelo espírito de irmandade. É verdade. A identificação pelo apego ao poder é igual. Democracia sim, desde que ambos continuem no poder.

Durante a sessão foram lidas mensagens do ANC, da África do Sul, comunista de Cuba, Swapo, Namíbia, e ZANU-PF, Zimbabwe, como não poderia deixar de ser. Não sei, mas calculo que idênticas felicitações devem ter chegado igualmente de outros partidos congéneres, seja de Portugal ou da Coreia do Norte.

Mas, é claro, nesta altura do campeonato petrolífero até é possível que partidos como os portugueses PS, PSD e CDS tenham felicitado o todo poderoso soba do reino angolano, José Eduardo dos Santos.

Se mesmo antes de prometer combater coisas que não existem em Angola (corrupção e pobreza, por exemplo), José Eduardo dos Santos era bajulado por Portugal, daqui para a frente será com certeza endeusado.

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